Artista dissidente condenado a trabalhos por comemoração em Tiananmen

23/07/2012 03:00 Atualizado: 23/07/2012 03:00

Os 180.000 participantes na vigília do Massacre da Praça da Paz Celestial seguram velas e cartazes em homenagem às vítimas, em 4 de junho de 2012, em Hong Kong. (Sung Pi Lung/The Epoch Times)Um artista chinês que tentou usar seu próprio sangue para comemorar os manifestantes pró-democracia mortos no massacre de 1989 na Praça da Paz Celestial (Tiananmen) foi condenado a um campo de trabalho.

O advogado de Hua Yong disse à Rádio Free Asia (RFA) que Hua e outro artista, Guo Zhenming, foram detidos quando preparavam a comemoração para marcar o 23º aniversário da repressão de 4 de junho.

A polícia disse a Liu Xiaojun, o advogado de Hua, que o período de detenção expirou e agora Hua foi condenado à reeducação pelo trabalho, mas Liu não sabia quanto tempo duraria a pena. Guo Zhenming foi liberado em condicional por um ano. O pai de Hua disse RFA que Hua foi acusado de “criar confusão e brigas”.

No ano passado, Hua fez seu nariz sangrar e usou o sangue para pintar “6,4” na calçada para marcar a repressão de 4 de junho. Naquela época, a polícia à paisana o deteve e tomou seu vídeo e fotografias do evento. Guo lembrou que Hua não teve a chance de terminar de escrever. “Tudo o que ele fez foi escrever dois caráteres”, disse ele, segundo a RFA.

No protesto deste ano, Hua planejava cortar o dedo, segundo uma entrevista anterior. Durante a entrevista, Hua disse que não tinha medo de ser preso.

Não se sabe quantas pessoas foram mortas durante a repressão de 4 de junho, alguns estimam mais de 2.000 mortes. Este ano, o regime chinês prendeu um número de ativistas antes e depois do aniversário da repressão.

Li Wangyang, um ativista pró-democracia conhecido que tentou estabelecer um sindicato independente durante o movimento de 1989, foi encontrado morto este ano, em 6 de junho, em circunstâncias suspeitas. As autoridades chinesas disseram que ele se matou, mas a família de Li contesta fortemente essa alegação, dizendo que ele estava aleijado e muito fraco devido a décadas de tortura na prisão.