À primeira vista, um de seus vestidos pode parecer totalmente branco e liso, mas quando as luzes estão apagadas, o trabalho de Tang Dongbai transforma quem o veste em sereias, janelas que dão acesso a outras galáxias, ou outro incrível cenário brilhante.
“Eu realmente queria criar uma arte invisível. Você não pode vê-la durante o dia, mas isso não significa que ela não existe”, explica o criador.
Tang realiza pintura ultravioleta em vestidos de festa há quatro anos e cria pinturas ilusionistas desde 1996. Depois de se tornar um artista de destaque na China, ele abriu a arte da pintura Escola Internacional de Pequim, em 2006, e projetou os murais para os Jogos Olímpicos de Verão de 2008.
Em 2011, o artistas se mudou para Chicago e inaugurou o Airbrush Art School Internacional, onde estudantes de vários países aprendem a utilizar a técnica em carros, vestidos e murais. Muitas dessas obras são apresentadas em museus ou eventos expositivos, como o Salão do Automóvel de Chicago e o Hard Rock Cafe. Recentemente, Tang se mudou para Nova York, onde exibe um de seus vestidos de arte.
“De repente, tive a ideia de querer fazer isso. Eu sempre gostei de pintura e pintura fosforescente, então eu pesquisei sobre a pintura ultravioleta e pensei que seria melhor fazê-la em algo duradouro, como um vestido”, afirma Tang.
Após amadurecer a ideia, Tang comprou vestidos de festa e descobriu que o resultado da pintura foi satisfatório em tecidos de alta qualidade. “Eu tinha sido convidado para fazer um show nos Estados Unidos e trouxe na bagagem os cinco vestidos que eu tinha”.
Para o artista, criar as ilusões é mais do que apenas uma proeza técnica e uma novidade. Segundo Tang, o misterioso e o sobrenatural são temas que ele desejava representar em suas obras.
“Sempre fui interessado em coisas como o sobrenatural. Eu sempre senti que não há realmente muito que os nossos olhos físicos possam ver. Por exemplo, não podemos enxergar o espectro da luz. Nós podemos ver as coisas sob a luz visível, mas não podemos ver os raios infravermelhos e os raios ultravioleta”.
Tang defende a ideia do intangível, mas que pode ser observado por quem enxerga sua arte. “Sob a luz visível, que é toda branca, você não pode enxergar nada disso, mas não pode dizer que só porque você não pode vê-la, ela não existe. Por isso, eu queria explorar o ultravioleta e fazer com que fosse acessível ao povo, que pudesse perceber que existe algo a mais. Isso pode mudar a percepção das pessoas e ajudá-las a refletir e a alimentar a imaginação”.
Um fator importante para Tang é sempre retratar cenas belas e marcantes. Com sua arte, o criador dos desenhos diz que deseja despertar no público um sentimento de admiração. Segundo Tang, “quem veste as peças e depois vê que as luzes do ambiente que deixam os desenhos visíveis são desligadas, elas ficam surpresas ao saberem que algo tão belo era invisível”.
A movimentação do corpo urbano promove a movimentação da arte de Tang. “As roupas são usadas sobre o corpo humano, que é um potente projetor. Quando o vestido está sendo usado, a obra torna-se viva e pode ser vista de todos os ângulos”.
O trabalho do artista tem chamado a atenção de revistas de moda ao redor do mundo. Tang ainda não estabeleceu um local para a venda das peças, mas diz que pensa em divulgá-las durante eventos de moda em Nova York.