A arte que provoca lágrimas e reacende valores humanos

05/03/2016 12:00 Atualizado: 06/03/2016 06:40

O que são valores humanos e como podem ser reconhecidos como tais? Quais são os valores essenciais para a vida humana?

A Exibição Internacional de Artes Verdade-Benevolência-Tolerância parece levar as pessoas à essa reflexão e suscitar, de modo espontâneo e sincero, sentimentos, disposições e posturas que refletem verdadeiros traços do caráter humano: compaixão e empatia; senso de justiça; a noção de liberdade e o desgosto pela opressão; fé e esperança.  É como escreveu um dos visitantes no livro de presença: “É demasiado triste acreditar que ainda nos dias de hoje o ser humano oprima e reprima o seu semelhante dessa maneira, torturando, humilhando e privando-o do direito de escolha.” E outro: “Essa exposição me deixa sem palavras e com o coração muito apertado. A fé, a esperança e a bondade sempre prevalecem, apesar dos mártires.”

"Após o desfile" - óleo sobre tela de 48 "x 36" 2005 - Xiqiang Dong (Wen Zhong / The Epoch Times)
“Após o desfile” – óleo sobre tela de 48 “x 36” 2005 – Xiqiang Dong (Wen Zhong / The Epoch Times)

Essa Exibição é a expressão viva dos prisioneiros de consciência que conseguiram escapar da China, onde sofreram contínuo massacre e perseguição impostos pelo governo chinês aos praticantes de Falun Dafa nos últimos 16 anos.

Em 1999, cerca de 100 milhões de cidadãos chineses, praticantes de Falun Dafa, passaram a sofrer uma violenta perseguição pelo Partido Comunista Chinês (PCC), depois que seus líderes consideraram que o Falun Dafa difundia superstições antigas e interferia com os dogmas comunistas inculcados nas pessoas.

Na verdade, como a prática do Falun Dafa é uma atividade livre, sem custos e sem instituições ou vínculos associativos, seu ensino e disseminação deram-se de forma espontânea, e, a partir de seu ensino público, iniciado em 1992, milhares e depois milhões de pessoas praticavam-no diariamente nos parques de toda a China.

Anderson Pires (à esquerda), sentiu-se chocado e indignado ao saber da perseguição aos praticantes de Falun Dafa na China (Foto gentilmente cedida por Bonfá Ph)
Anderson Pires (à esquerda), sentiu-se chocado e indignado ao saber da perseguição aos praticantes de Falun Dafa na China (Foto gentilmente cedida por Bonfá Ph)

A diferença entre o Falun Dafa e as demais práticas comumente praticadas pela população chinesa contemporânea é que o Falun Dafa também estimula o autoconhecimento, o aprimoramento do caráter e o desenvolvimento das qualidades humanas e espirituais, o que remete aos conceitos e princípios comuns ao budismo e ao taoismo praticados na China durante milhares de anos: ser verdadeiro, compassivo, tolerante, altruísta, espiritualizado, são qualidades que o PCC considera uma ameaça à ideologia comunista.

Baseando-se em suas próprias premissas e numa postura ditadora e intolerante, o PCC começou a intimidar os praticantes e a oprimí-los em diversas esferas sociais, o que incluiu sabotagens e ameaças em seus trabalhos, perda de direitos civis e outros. Em seguida, passou a proibir os textos de estudo do Falun Dafa e a prática pública, e, finalmente, demonizou o Falun Dafa proibíndo-o cabalmente, iniciando as prisões, torturas e os assassinatos de seus praticantes.

"Chamado Inocente" - Óleo sobre tela, 2005, Xiaoping Chen da exibição Verdade, Benevolência e Tolerância. A arte representa os órfãos do genocídio do Falun Gong pelo Partido Comunista Chinês (Reprodução)
“Chamado Inocente” – Óleo sobre tela, 2005, Xiaoping Chen da exibição Verdade, Benevolência e Tolerância. A arte representa os órfãos do genocídio do Falun Gong pelo Partido Comunista Chinês (Reprodução)

Posteriormente, essa perseguição evoluiu para o uso de praticantes – que passaram a ser presos em campos de trabalho forçado, manicômios e prisões por toda a China -, para enriquecer membros do PCC, militares, médicos e pessoas influentes, através da subtração de seus órgãos e sua pronta utilização no comércio ilegal de transplantes de órgãos, ou seja: praticantes de Falun Dafa começaram a ser mantidos por longos períodos nessas instiuições e passaram a ser mortos para que seus órgãos fossem vendidos a altos preços para chineses abastados ou no florescente turismo de transplantes da China.

A extração forçada de órgãos que ocorre atualmente na China é considerada um dos crimes mais bárbaros contra a humanidade e vem sendo denunciada por parlamentares, advogados, polícias secretas, associações médicas, jornalistas e outros, através de documentos, relatórios e queixas formais a órgãos internacionais, como a ONU, o Parlamento Europeu e outros.

A Exibição

A Exibição Internacional de Artes Verdade-Benevolência-Tolerância é um dos meios que vêm sendo usados por praticantes de Falun Dafa e simpatizantes com o objetivo de denunciarem o corrente genocídio na China.

Pessoas que visitaram a Exibição falaram sobre suas impressões.

Anderson Pires, bancário, 32 anos, fala sobre a Exibição: “É muito interessante. São cenas tocantes; algo que nos faz pensar…”

“Não sabia que [a perseguição ] ocorre atualmente… É algo impensável para os dias de hoje.”

Quando perguntado sobre suas impressões a respeito da extração forçada de órgãos, disse, consternado: “É deplorável. Eu vi uma das cenas ali (num dos quadros que retrata a extração forçada de órgãos): inclusive com as pessoas ainda vivas praticam esse tipo de crime… É terrível. Não tinha noção que ainda existia isso nos dias de hoje.”

Fausto Diniz da Silva Junior (à esquerda), disse que, além de interessante, a Exibição é muito apropriada para os tempos atuais (Foto gentilmente cedida por Bonfá Ph)
Fausto Diniz da Silva Junior (à esquerda), disse que, além de interessante, a Exibição é muito apropriada para os tempos atuais (Foto gentilmente cedida por Bonfá Ph)

Já, Fausto Diniz da Silva Junior, 57 anos, técnico em contabilidade, disse que a Exibição é “…muito interessante e apropriada para os tempos atuais.”, e que a extração forçada de órgãos “…é totalmente desumana, é inconcebível!”

O fotógrafo José Luis Bonfá, 57, que visitou a Exibição pela segunda vez, ficou sabendo sobre a situação alarmante da extração forçada de órgãos dos praticantes de Falun Dafa que ocorre na China que,  segundo as estimativas da WOIPFG, já alcançou 2 milhões de pessoas assassinadas: “Acho que isso precisa ser levado para a ONU, precisa ser levado para Congressos internacionais; isso precisa ser divulgado, esse crime contra a humanidade. Acho maravilhoso esse trabalho que vocês fazem… Então, acho que quanto mais for divulgado, maior vai ser a pressão internacional, conforme as pessoas forem se esclarecendo…”

Uma das visitantes, Conceição Fogaça, deixou escrito: “Contundente! Trágica denúncia de violação de direitos humanos. A humanidade necessita acordar urgentemente do pesadelo, da barbárie. Parabéns para os corajosos artistas!! Rezar pelos mártires e pelas crianças inocentes”

Leia também:
China: 16 anos de perseguição, 2 milhões de mortos
Chinesa é espancada na prisão por denunciar perseguição ao Falun Gong
Parlamento Canadense condena extração forçada de órgãos de praticantes do Falun Gong

Já, uma anônima escreveu: “Saio daqui completamente emocionada. Apesar de não compactuar com filosofias diferenciadas e ser evangélica, não concordo em absoluto com tamanha tragédia e desumanidade.”

Obras e artistas

O estilo utilizado nas pinturas é o Realismo, técnica que procura retratar com fidelidade a realidade circundante.

Os artistas das obras são predominantemente praticantes de Falun Dafa exilados, que conseguiram escapar da perseguição do PCC na China. Muitos foram torturados severamente e coagidos de diversas formas, mas, felizmente, conseguiram escapar da morte.

Apesar da gravidade da situação, os quadros revelam uma beleza singela que, através do realismo das pinturas, mostra a busca da elevação da consciência, a determinação do espírito humano e,  infelizmente, exibem também a perseguição que esses praticantes sofrem na China.

A Exibição Internacional de Artes Verdade-Benevolência-Tolerância vem percorrendo o mundo e já passou por mais de 50 países, apresentando-se em mais de 800 locais.

Convite

Venha conhecer a Exibição, sentir a expressão genuina dos artistas em suas obras, recobrar alguns valores essenciais para a vida humana e sensibilizar-se com a difícil situação que essas pessoas vivem atualmente na China.

Talvez, num tempo não muito distante, possamos repetir a frase deixada por um dos visitantes: “Um dia seremos livres de todas as perseguições.”

Serviço

• Exibição  Internacional de Artes Verdade-Benevolência-Tolerância

• Local: Shopping Light (Piso térreo). Rua Cel. Xavier de Toledo, 23 – esquina com o Viaduto do Chá. Próximo ao metrô anhangabaú e a 50 metros do Teatro Municipal. Tel: (11) 3154-2299.

Data e horário: a Exibição permanecerá até o dia 19 de março. De segunda à sexta, das 9h às 22h. Aos sábados, das 9h às 20h, e aos domingos e feriados, das 11h às 18h.

Entrada franca.