BUENOS AIRES–Nesta sexta-feira (18), praticantes argentinos do Falun Dafa foram agredidos por membros de associações chinesas de Buenos Aires, supostamente aliciados pela embaixada da China, que costuma convocar chineses locais em todo o mundo para receber as autoridades chinesas em visita ao estrangeiro.
Os praticantes da disciplina espiritual se manifestavam pacificamente em frente ao Hotel Sheraton, localizado em Retiro, onde estava hospedado o presidente chinês Xi Jinping, para dar-lhe as boas vindas e pedir o fim da perseguição aos praticantes do Falun Dafa que ocorre na China.
Os praticantes se reuniram pela manhã na calçada oposta ao hotel, exibindo cartazes que diziam “Falun Dafa é bom”. Vestidos de camisas e coletes amarelos, eles explicaram aos transeuntes sobre a perseguição que ocorre há 15 anos contra milhões de praticantes do Falun Dafa na China. Após serem informados, as pessoas frequentemente expressaram espanto e indignação.
Por volta do meio-dia, começaram a aparecer chineses que moram na Argentina, muitos deles membros de associações chinesas de supermercado e de outras organizações na Argentina, e que muitas vezes servem como um “braço” da embaixada da China no país.
O que os agentes militares e da inteligência da embaixada chinesa queriam evitar é que os membros das delegações diplomáticas vissem as palavras “Falun Dafa”. Em ocasiões anteriores, eles não ousaram usar da força para remover as faixas.
Um dos líderes dessas associações ameaçou: “Se vocês não forem embora, vamos tirá-los daqui.” A situação foi ficando cada vez mais tensa, pois se aproximava a hora em que Xi Jinping chegaria ao hotel.
Um grupo de chineses queria arrancar a socos e pontapés as faixas que diziam “Falun Dafa é bom” e que eram seguradas por um grupo de praticantes numa das entradas do hotel. A polícia federal argentina interveio, tentando afastar os agressivos chineses, mas estes persistiram freneticamente.
Pouco tempo depois, minutos antes da chegada do presidente chinês, a situação se repetiu. Com a chegada da comitiva iminente, uma gangue chinesa anti-protesto tentou romper o cordão policial, sob a ordem de um de seus líderes, para atacar os praticantes argentinos do Falun Gong. A polícia então se moveu e teve de reprimi-los para proteger os praticantes.
Como resultado, os praticantes puderam se manifestar livre e pacificamente perante a comitiva que trazia o presidente chinês Xi Jinping, que por sua vez viu as mensagens que pediam o fim da perseguição.
Uma cena semelhante ocorreu depois, quando os praticantes se dirigiram à Casa Rosada, onde Xi Jinping visitaria o gabinete da presidente. Novamente, apareceu outra malta de chineses locais convocados pela embaixada, mas a polícia, que acompanhou os praticantes desde o Hotel Sheraton, reconheceu o modus operandi dos agressores chineses e os interceptou, mantendo-os longe dos praticantes argentinos.
A comitiva presidencial, incluindo Xi Jinping, passou em frente ao local onde os praticantes se posicionaram. O presidente chinês, pela segunda vez no dia, teve a oportunidade de ver a mensagem dos argentinos que praticam o Falun Dafa, antes de ser oficialmente recebido pela presidente Cristina Fernández de Kirchner.
Horror na China
O Falun Gong é uma disciplina espiritual tradicional, baseada nos princípios de verdade, compaixão e tolerância. Na década de 90, a prática se tornou muito popular na China. Mas em 1999, o regime comunista, sob o comando do então líder chinês Jiang Zemin, começou uma perseguição brutal contra o Falun Gong na China. A popularidade do Falun Gong, que foi apresentado ao público em 1992, cresceu incrivelmente e em 1999 havia entre 70 e 100 milhões de membros. Este número excedia os membros do Partido Comunista Chinês e teria assustado Jiang Zemin, que interpretou a difusão da prática como uma ameaça direta à ideologia ateísta-materialista do Partido e assim tomou medidas autoritárias para suprimi-la.
Desde então, os praticantes do Falun Gong na China tem sido presos, torturados, enviados para campos de trabalho forçado e inclusido sido vítimas da extração forçada de órgãos que abastesse o lucrativo mercado de transplante da China. Em todo o mundo, os praticantes do Falun Gong têm tentado aumentar a conscientização sobre a perseguição. Quando funcionários do Partido Comunista Chinês visitam outros países, é comum encontrarem manifestações pacíficas e exibições de faixas e cartazes que denunciam a violação dos direitos humanos e pedem o fim imediato da perseguição.
Veja abaixo um vídeo que mostra o momento em que os chineses agrediram os praticantes argentinos do Falun Gong e tentaram arrancar as faixas de suas mãos: