Daniel Pollack, o mediador escolhido pela Justiça dos Estados Unidos para tentar solucionar a disputa entre a Argentina e os credores que não participaram da reestruturação da dívida do país, disse ontem (24) que se reuniu separadamente com os dois lados, mas as questões que distanciam as partes seguem sem solução e que resta pouco tempo para superar o impasse.
Tais credores são os chamados “fundos abutres” (denominação criada pelo governo de Cristina Kirchner), que ganharam na Suprema Corte amerciana uma ação que prevê o pagamento de 1,3 bilhão de dólares por parte do governo argentino.
“Depois de falar com os dois lados, separadamente, propus e apelei por conversas diretas, face a face, entre as partes. Os representantes dos detentores de bônus foram favoráveis a conversas diretas; os representantes da Argentina declinaram”, disse Pollack, em um comunicado. “As questões separando as partes permanecem sem solução neste momento”.
O gestor do fundo NML, Jay Newman (o principal entre os chamados “fundos abutres”), afirmou que vem tentando negociar com a Argentina há quase dez anos, sem sucesso.
A Argentina tem até 30 de julho para chegar a um acordo com os credores que não participaram da reestruturação. Caso contrário, pelos termos da decisão da Justiça americana, o país ficará impedido de pagar também aqueles que aceitaram a reestruturação da dívida e entrará em default.
Embora a Argentina tenha desembolsado em junho 1,031 bilhão de dólares para pagar aos credores que aceitaram a reestruturação, grande parte do dinheiro ficou congelado nos bancos por recomendação do juiz americano Thomas Griesa, que estabeleceu em sentença o pagamento simultâneo aos dois tipos de credores do país.