O recém eleito presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, de 77 anos, prestou juramento ontem (28) no Palácio das Nações. Ele foi declarado vencedor, pela quarta vez consecutiva, das eleições presidenciais do país na sexta-feira (25) pelo ministro do Interior, Tayyip Belaiz. A cerimônia foi precedida por um desfile militar.
Abdelaziz sofreu um acidente vascular cerebral em abril de 2013. Ele compareceu à cerimônia em uma cadeira de rodas, visivelmente abatido, e proferiu com voz fraca o juramento, com a mão direita sobre o Corão.
O principal bloco parlamentar da oposição “Argélia Verde”, de tendência islamita, boicotou a cerimônia alegando, em comunicado, que considera o ato de juramento como parte de uma “farsa eleitoral”. Já o partido laico Frente das Forças Socialistas (FFS) não participou das eleições de abril e não compareceu ao juramento, como reação à repressão contra um protesto ocorrido em 20 de abril em Tizi Ouzou.
No comunicado, informaram que sua ausência “deve ser interpretada como um apelo às autoridades para que assegurem de forma concreta as liberdades democráticas e garantam a proteção de todos os cidadãos através da iniciada de um Estado de direito”. Muitas forças políticas argelinas classificaram como fraude as últimas eleições (Bouteflika ganhou no primeiro turno).
O ministro do Interior assegurou que os argelinos votaram com “absoluta liberdade” e em um “clima de transparência e total neutralidade”. Belaiz completou dizendo que aconteceram alguns inconvenientes, mas que não afetaram o curso da votação, qualificando os seis candidatos de “cavalheiros”. Belaiz reiterou, ainda, que os resultados não serão concludentes até serem sancionados pelo Conselho Constitucional, segundo a Agência EFE.
Abdelaziz é chefe de Estado desde 1999. Venceu as eleições presidenciais de 17 de abril com 81,53% dos votos. O antigo Primeiro-ministro Ali Benflis alcançou cerca de 12,3%, sendo o terceiro mais votado, acompanhado por Abdelaziz Bellaid, com 3% e Luisa Hanun, a única mulher que participou, com 1,37%. Outros dois opositores – Ali Fawzi Rabain e Moussa Tuati, não atingiram 1% dos votos. A taxa de participação chegou a 51,70%, 14 pontos inferior ao resultado mostrado em 2009, quando ficou em 75,91%.