A criação das Áreas Marinhas Protegidas é uma estratégia para a preservação das espécies e sua sobrevivência. Tartarugas marinhas e golfinhos-de-hector utilizam essas Áreas para se alimentar e se proteger, segundo indicam novos estudos.
Baseados em pesquisas recentes, ministros aprovaram em assembleia dia 18 de abril a criação do Parc National des Calanques e o estabelecimento de estudo em um parque marinho natural na Martinica.
De acordo com novas pesquisas internacionais foi reconhecido que os animais marinhos se desenvolviam harmoniosamente em Áreas Marinhas Protegidas. “A França desenvolveu as Áreas Marinhas Protegidas entre o fim de 2008 e setembro de 2010. Existem atualmente 207 locais inteiramente ou parcialmente marinhos, cujos 96 transmitidos entre o final de 2008 e setembro de 2010, sobre mais de 40.000 km², esses locais estão principalmente situados no mar territorial”, segundo o relatório de Grenelle do mar. “O objetivo dos 10% daqui a 2012 em Áreas Marinhas Protegidas das águas sob jurisdição já é alcançado na metrópole, com um pouco mais de 11% de Áreas Marinhas Protegidas”.
O desenvolvimento das Áreas Marinhas Protegidas na França parece ser uma boa notícia, pois, segundo os novos estudos, foi sentido um efeito sobre a proteção das tartarugas marinhas e sobre a sobrevivência dos golfinhos.
Um estudo internacional publicado na revista Mondiale de l’Écologie et de la Biogéographie, mostra que as tartarugas do mar utilizam as zonas marinhas protegidas para se alimentar e se proteger contra a pesca. Segundo os dados fornecidos pelos pesquisadores, elas estariam localizadas em mais de um terço das zonas marinhas protegidas.
Esse estudo conduzido pela Universidade de Exeter do Reino Unido, e assegurado por cientistas do mundo inteiro: Austrália, Ilhas Cayman, Grécia, Guadalupe, Indonésia, Itália, Ilha da Reunião e Reino Unido. Eles observaram os movimentos de 145 tartarugas verdes e isso a partir de 28 locais de nidificação. As tartarugas verdes percorriam milhares de quilômetros, indo da zona de reprodução à de alimentação. Elas também viram que 35% das tartarugas verdes se encontravam em zonas marinhas protegidas, e que 21 das tartarugas foram encontradas nas Áreas Marinhas Protegidas. Embora as Áreas Marinhas Protegidas mais antigas abrigassem ainda mais tartarugas.
Uma assegurada proteção para as espécies
Os autores do estudo apontam que: “Apesar das atuais limitações do monitoramento via satélite, os resultados mostram claramente que as tartarugas verdes adultas se alimentam mais frequentemente nas AMP do que se fosse uma distribuição aleatória”. Assim eles acrescentam: “É razoável supor que as AMP estão em melhor estado que as outras zonas costeiras e, portando, mais seguras e adaptadas às espécies exploradas, especialmente se houver um feedback positivo com esses grandes consumidores que mantém a qualidade do habitat”.
Na verdade, as AMP são zonas oceânicas onde as atividades humanas são regulamentadas pelas organizações governamentais e certas ONGs. Além disso, as AMP em região tropical são muito ricas em algas e em ervas submarinhas, alimentos preciosos para as tartarugas. Os cientistas notam que a preservação alimentar das zonas contribui para a manutenção da qualidade desses habitats.
Os segredos do ciclo da vida das tartarugas marinhas
As AMP mais protegidas estão especialmente reservadas para uso científico. Assim o professor Brendan Godley do Centro de Ecologia e Conservação da Universidade de Exeter declarou: “Nosso estudo mundial revela que as zonas marinhas protegidas abrigam muito mais tartarugas que nós podíamos imaginar; o valor das AMP foi questionado, mas esses trabalhos carregam a prova de que elas poderiam fornecer eficazmente um lugar de alimentação a grandes criaturas marinhas como as tartarugas verdes. A Universidade de Exeter teve um papel importante no desenvolvimento do método de rastreamento via satélite que nos permite avaliar o valor das AMP de uma maneira que, anteriormente, seria impossível.
Richard Benyon, ministro britânico da Pesca, felicitou os resultados da pesquisa: “Esse estudo revela certos segredos do ciclo de vida das tartarugas marinhas, cujos movimentos permaneceram um mistério durante muito tempo. Os resultados revelam que nós devemos melhor gerenciar os oceanos e proteger os habitats das tartarugas, essenciais para ajudá-las a sobreviver”.
Uma AMP ao largo da Nova Zelândia, um santuário para os golfinhos
Uma equipe internacional de ecologistas mostrou que as zonas marinhas protegidas (ou áreas marinhas protegidas AMP) funcionam realmente bem. Assim, em um artigo publicado no Journal d’Écologie Appliquée de la Société Écologique Britannique, a equipe de pesquisadores provou a eficácia das Zonas Marinhas Protegidas. Dessa forma, um santuário marinho foi criado ao largo da costa da Nova Zelândia, esse lugar excepcional melhorou consideravelmente a sobrevivência dos golfinhos-de-hector, os golfinhos mais raros do mundo. O golfinho-de-hector é uma espécie de mamífero da ordem dos cetáceos. Ela está extremamente ameaçada, a espécie não tem mais do que uma centena de indivíduos.
O estudo se baseia sobre 21 anos de monitoramento, além da península de Banks, ao largo da Nova Zelândia, onde está situado o santuário marinho para os mamíferos, o qual possui cerca de 413.000 hectares e cobre 389.31 km de costa. É um pequeno oásis de paz marinha para mamíferos marinhos. Esse lugar excepcional se estende da foz do rio Rakaia à foz do rio Waipara, por 12 milhas náuticas de costa.
O primeiro santuário marinho para mamíferos foi criado na Nova Zelândia ao redor da península de Banks, em 1988, isso servia, sobretudo, para proteger os golfinho-de-hector que estavam desaparecendo. Isso significava evitar prisões acidentais nas redes fixas dos pescadores. Assim, a península de Banks tinha sido identificada como um lugar importante para os golfinhos-de-hector, sobre a costa Leste e ao sul da ilha. Na verdade, as numerosas baías e os portos da Nova Zelândia eram um habitat ideal para os golfinhos-de-hector e para muitos outros animais marinhos.
História do Santuário
O santuário foi criado em 1988, nessa época ele não cobria mais do que uma superfície de 1.140 km². Ele se estendia sobre uma distância de quatro milhas náuticas. Vinte anos mais tarde (2008), os limites do refúgio foram estendidos e os esforços para proteger os golfinhos-de-hector tiveram sucesso.
O trabalho dos pesquisadores
A equipe começou o estudo dois anos antes que a AMP foi aberta, assim eles puderam analisar seu impacto sobre os golfinhos-de-hector. Os resultados mostraram que desde a abertura da AMP, a taxa de sobrevivência dos golfinhos aumentou em 5,4%.
Os resultados se baseiam em estudos de foto-identificação regulares sobre mamíferos. 462 fotos de golfinhos foram registradas, e sua sobrevivência foi estudada e reconhecida. Como explica o Dr. Liz Slooten da Universidade de Otago da Nova Zelândia: “Nós podemos identificar cada golfinho graças a seus ‘ferimentos de guerra’, desde pequenos arranhões na nadadeira dorsal a cicatrizes mais importantes devidas a ataques de tubarões. As mudanças demográficas em mamíferos marinhos são mais complexas e requerem mais pesquisadores para obter informação suficientemente precisa para detectar esse tipo de mudança biológica”.
Embora a sobrevida tenha melhorado para os golfinhos, a equipe avisou que ela não era suficiente para prevenir um declínio futuro. A espécie ainda está ameaçada.
Reconhecer os golfinhos-de-hector
Os golfinhos-de-hector são facilmente reconhecíveis por sua nadadeira dorsal arredondada e preta. Ela tem uma extensão máxima de 145 cm (60 – 70 cm no nascimento), eles são os menores golfinhos marinhos no mundo. O golfinho-de-hector mede normalmente entre 1m20 à 1m40 de comprimento e não pesa mais do que 50 kg.
Os golfinhos-de-hector são naturalmente curiosos e amigáveis com as pessoas. Pequenos grupos se formam e se prostram, eles vão tentar subir e brincar nas hélices dos barcos. É por isso que pedimos aos barcos para diminuir quando eles estão nas proximidades das embarcações. O verão é o melhor momento para vê-los em torno da península de Banks, pois eles vão perto da costa para se reproduzir.