Um grande número de aranhas que pareciam à primeira vista uma invasão ou praga depois da inundação ocorrida no Paquistão em julho de 2010 pode não ser exatamente o que aparenta. A natureza produz soluções inesperadas das mais diversas formas.
A inundação sem precedentes no Paquistão, na região do Singh foi uma grande catástrofe. A chuva torrencial deixou milhões de mortos e 21 milhões de desalojados. Matou também dezenas de milhares de cabeças de gado, e gerou grave dano financeiro, informou o Departamento para o Desenvolvimento Internacional (DFID).
O fenômeno curioso e aterrador que ocorreu depois da inundação provocada pelas chuvas foi chamado de “árvores fantasmas”. As árvores ficaram completamente cobertas por teias de aranha que serviram para controlar a reprodução dos mosquitos resultantes da grande quantidade de água acumulada, e dos quais as aranhas se alimentam.
Apesar de não ter sido comprovado por cientistas, isso pode ter ajudado a combater a malária, segundo os habitantes da região.
“Os habitantes nunca viram cenas tão espantosas”, disse Russell Watkins, do DFID, num comunicado da organização governamental britânica a cargo de promover o desenvolvimento e reduzir a pobreza.
Russell disse que não sabe quando apareceu o fenômeno, e tirou as fotos em dezembro de 2010.
Os colegas de Russell que retornaram a região notaram ver que as teias de aranha começaram a desaparecer com o retorno das águas da inundação, só que as árvores, asfixiadas, não puderam sobreviver.
Este fenômeno, das “árvores fantasmas”, existe naturalmente nas florestas. Na Amazônia, em Altamira, no Pará, mangueiras na borda do Rio Xingu podem ter grandes teias de aranha sobre sua copa, mas essas árvores, geralmente muito grandes, não são completamente cobertas.