O país acaba de sofrer as consequências de um apagão decorrente da baixa oferta de potência elétrica face à demanda determinada pelas altas temperaturas, cenário agravado pelos níveis críticos das hidrelétricas.
O Operador Nacional de Sistemas (ONS), estatal responsável pela monitoração e controle do uso de energia, determinou o corte do fornecimento a várias regiões, o que transtornou a vida de milhões de pessoas.
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As justificativas oficiais foram desde o mau funcionamento dos chamados “bancos de capacitores”, sobre os quais o cidadão comum não faz a menor ideia do que sejam, a falhas na transferência entre regiões, sem que fossem esclarecidos à sociedade os verdadeiros motivos.
Em março de 2010 Lula, durante a cerimônia de inauguração da Usina termelétrica Euzébio Costa, obra do PAC, sob os holofotes da campanha para a eleição presidencial que iria elevar a então Ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, também à época designada por “poste”, ao cargo máximo, reiterou que não haveria mais apagão no país como o de 2001, em clara alusão ao que ocorrera no governo do PSDB, acrescentando ainda que os investidores poderiam vir para o Brasil porque a oferta de energia estaria garantida face aos investimentos realizados pelo governo a partir de 2003, quando, segundo os cardeais e marqueteiros do PT, o Brasil foi descoberto.
Quatro anos após, o que se verifica neste início do segundo mandato de Dilma, é um medíocre crescimento da economia, ocasionando atrasos fatais nas obras de infraestrutura ligadas à construção de hidrelétricas e usinas termelétricas, o que vem gerando sistemáticas advertências e sugestões oriundas do setor técnico, desconsideradas em função de um projeto de poder do partido do governo.
Assim, estamos hoje no vestíbulo de uma crise energética semelhante ou pior que a de 2001, aquela que Lula assegurou que não se repetiria.
Trata-se, portanto, de uma espécie de anti-simetria da obra prima de Spielberg “de volta para o futuro”.
Aqui, estamos encenando, sob a direção dos talentosos diretores a serviço do planalto, o “avançando para o passado”.
Certamente não será o mesmo sucesso de bilheteria.