Uma galáxia espiral solitária que existiu cerca de 3 bilhões de anos, após o provável big bang, pode ajudar a explicar como espirais se formam.
Nomeada BX442, esta grande galáxia em forma de espiral tem cerca de 10,7 bilhões de anos. Em contraste, outras galáxias dessa época eram amontoadas e assimétricas.
A BX442 foi descoberta durante uma pesquisa com o Telescópio Espacial Hubble (HST) e analisada com o Observatório W. M. Keck, no Havaí.
“A grande maioria das galáxias antigas parecem destroços de trem”, disse a coautora Alice Shapley da Universidade da Califórnia-Los Angeles num comunicado de imprensa. “Nosso primeiro pensamento foi: Por que esta tem uma forma tão diferente e tão bonita?”
Usando o instrumento OSIRIS (Espectrógrafo de imagem infravermelha OH-supressor) do Keck, a equipe confirmou que a BX442 é um disco giratório, ao invés de duas galáxias independentes na mesma linha de visão.
“Primeiro pensamos que isto pudesse ser apenas uma ilusão e que talvez estivéssemos sendo enganados pela imagem”, disse Shapley. “O que descobrimos quando fizemos espectros desta galáxia é que os braços espirais pertencem a esta galáxia; não era uma ilusão.”
A BX442 parece estar se fundindo com outra galáxia e pode ser por isto que ela está formando um padrão espiral.
Os astrônomos criaram uma simulação para testar essa ideia e descobriram que a espiral pode desaparecer em 100 milhões de anos.
“A BX442 representa uma ligação entre as galáxias iniciais que são muito mais turbulentas e as galáxias espirais rotativas que vemos ao nosso redor”, concluiu Shapley.
“Na verdade, esta galáxia pode destacar a importância das interações de fusões em qualquer época cósmica na criação de grandes estruturas de design espiral.”
O trabalho deve ser publicado na revista Nature em 19 de julho.