Expurgos recentes realizados pelo braço disciplinar do Partido Comunista Chinês (PCC) com o propósito ostensivo de “combater a corrupção” têm atingido às elites de várias áreas. Na sequência da demissão repentina de Yang Yuliang, ex-presidente da prestigiosa Universidade Fudan, em Shanghai, quinze outros altos funcionários da instituição estão sob investigação.
De acordo com o website do Comitê Central de Inspeção Disciplinar (CCID), seu vice-secretário Zhang Jun disse que o grupo de quinze foi “levado para uma conversa”.
Duas semanas antes da demissão de Yang Yuliang em 5 de novembro, a equipe do PCC que investigava a Fudan apresentou um relatório ao CCID. De acordo com uma fonte anônima da universidade, “o comitê disciplinar ficou extremamente insatisfeito com o relatório”, que só forneceu informações superficiais sobre um departamento de pesquisa.
No ano passado, a Universidade Fudan esteve envolvida em vários incidentes de falsificação de certificação acadêmica e plágio de pesquisa estrangeira. O Hospital Zhongshan, afiliado à universidade, também foi implicado por organizações de direitos humanos no exterior que acusaram a instituição de envolvimento na extração forçada de órgãos de prisioneiros de consciência do Falun Gong, uma disciplina espiritual que o regime comunista chinês proibiu e tenta erradicar desde 1999.
A Universidade Fudan e seu ex-presidente são conhecidos por estarem associados à facção do ex-líder chinês Jiang Zemin. Jiang tem suas origens e base política em Shanghai, onde ele foi anteriormente prefeito. Muitos dos funcionários de alto escalão do PCC e empresários visados pelo expurgo iniciado pelo atual líder chinês Xi Jinping são aliados de Jiang.