No incidente mais dramático do tipo, três monges tibetanos adolescentes, uma jovem mãe e outro tibetano, se puseram em chamas para protestar contra o domínio chinês na véspera do 18º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês (PCC).
Os três monges, com idades entre 15 e 16, se imolaram em Ngaba, província de Sichuan, perto do Mosteiro Ngoshul, onde uma série de autoimolações ocorreu nos últimos meses, segundo o grupo de defesa Free Tibet. O monge de 15 anos, chamado Dorjee, morreu e os outros dois sobreviveram, mas seus paradeiros são atualmente desconhecidos.
Os líderes tibetanos no exílio pediram o fim das autoimolações. Eles e grupos de direitos humanos dizem que os tibetanos são levados a se imolarem em desespero pelas políticas de repressão usadas pelo regime chinês.
Autoridades locais chinesas aumentaram a segurança na área, como é geralmente feito quando ocorre tal incidente.
“Os três se autoimolaram em frente à delegacia de polícia Ngatoe Gomang à noite” na tarde de quarta-feira, disse o monge exilado Lobsang Yeshi à Rádio Free Asia. Ele disse que os monges sobreviventes Samdrub e Dorje Kyab foram levados para um hospital local.
É a primeira vez que três tibetanos se põem em chamas no mesmo local e a primeira vez que cinco incidentes de autoimolação ocorrem no mesmo dia. Agora, cerca de 68 autoimolações de tibetanos já ocorreram desde o começo deste tipo de protesto em 2009, sendo muitos dos participantes jovens monges.
Os tibetanos provavelmente escolheram se imolar antes do início do aguardado 18º Congresso do PCC, que começa na quinta-feira. O Congresso durará uma semana e verá a mudança da liderança nos altos escalões do PCC. Nos últimos dias, em algumas áreas tibetanas, o regime chinês cortou as linhas de telecomunicação e a eletricidade, forças de segurança foram posicionadas e alguns monges e outros tibetanos foram condenados a longas penas de prisão, segundo grupos tibetanos.
Uma jovem mãe tibetana de 23 anos, identificada como Tamdrin Tso da prefeitura de Malho, na província de Qinghai, também se colocou em chamas e morreu no mesmo local, informou a RFA.
“Nos últimos 15 dias, Tamdrin Tso tinha orado por outros manifestantes autoimolados no Tibete e hoje ela se pôs em chamas”, disse Dorje Wangchuk do Instituto Norbulingka em Dharamsala, na Índia, que citou fontes nas áreas tibetanas.
No quinto incidente, um tibetano se imolou no município de Driru, prefeitura de Nagchu, Região Autônoma do Tibete, segundo a RFA.
“Houve muita comoção e gritos no local pelos tibetanos. As forças de segurança chinesas chegaram imediatamente, mas os detalhes, como o nome do autoimolado, permanece desconhecido”, disse um monge tibetano que não foi identificado.
A comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, num discurso sobre as autoimolações, pediu às autoridades chinesas para resolverem as queixas dos tibetanos.
“Eu reconheço a intensa sensação de frustração e desespero dos tibetanos que os levam a recorrerem a tais meios extremos”, disse Pillay na última sexta-feira. “Mas existem outras maneiras de tornar esses sentimentos claros.”
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