Anistia apela pelo resgate de mãe e filha detidas por praticarem o Falun Gong

23/07/2012 03:00 Atualizado: 23/07/2012 03:00

Qin Hailong, de 21 anos, está atualmente detida no campo de reeducação pelo trabalho de Qiangjing na província de Shandong, China, por exigir a retratação pela morte de seu pai perseguido. (The Epoch Times)A Anistia Internacional lançou uma ação urgente de apelo, afirmando que uma mãe e filha estão em risco de tortura na China por praticarem o Falun Gong. As duas mulheres, Wang Xiuqing e sua filha Qin Hailong, de 21 anos, foram detidas sem julgamento no campo de reeducação pelo trabalho de Qiangjing na província de Shandong, China. A Anistia afirma, “Elas estão em risco de tortura ou outros maus-tratos, particularmente devido à raiva das autoridades pela petição recente de apoio por seu caso na China.”

A petição, que recebeu 15 mil assinaturas, “procura a justiça pela morte de Qin Yueming, o marido de Wang Xiuqing e pai de Qin Hailong, na prisão Jiamusi em fevereiro de 2011, e apela pela libertação destas da prisão”, afirma a Anistia Internacional. O texto afirma que a família de Qin Yueming foi à prisão e encontrou seu corpo coberto de hematomas e com sangue saindo de seu nariz. Testemunhas alegaram que ele morreu devido à alimentação forçada de leite, enquanto as autoridades prisionais descreveram sua morte como um ataque cardíaco.

Depois que Wang Xiuqing e Qin Hailong foram presas; Qin Rongqian, a outra filha de Wang Xiuqing e irmã de Qin Hailong, foi torturada. A Anistia Internacional afirma, “Durante uma visita ao campo de reeducação pelo trabalho, Qin Rongqian teve acesso negado a sua mãe e irmã e foi detida várias vezes durante a noite e torturada, incluindo ser amarrada a uma cadeira de ferro e ter seus membros esticados, por continuar a insistir no caso de sua família.”

Advogados também vieram de Pequim para ajudar a família em suas ações judiciais, mas “a prisão e as autoridades governamentais locais lhes disseram que, como praticantes do Falun Gong, a família não tem direito a um advogado”, afirma a Anistia Internacional.

O Falun Gong, também chamado de Falun Dafa, é uma prática tradicional e espiritual chinesa composta de cinco exercícios simples de meditação e de ensinamentos baseados nos princípios de verdade, compaixão e tolerância. O regime chinês proibiu a prática em 1999, depois de uma pesquisa do Estado constatar que 100 milhões de pessoas estavam praticando, o que era maior do que o número de membros do Partido Comunista Chinês (PCC).

Wang Xiuqing e Qin Hailong foram designadas para a reeducação através do trabalho pelo PCC por procurarem reparação legal pela morte de Qin Yueming, que havia sido detido por praticar o Falun Gong, segundo a Anistia Internacional.

Yueming foi preso por quase uma década antes de perder sua vida durante a detenção na prisão de Jiamusi, no nordeste da China, em 2011.

A Anistia Internacional pede às pessoas que enviem apelos ao líder chinês Hu Jintao e ao governador da província de Heilongjiang, Wang Xiankui, solicitando a libertação imediatamente de Wang e Qin, a garantia de sua segurança e uma resposta à demanda da família por uma investigação sobre a morte de Qin Yueming.

A organização de direitos observa que Wang e Qin “são prisioneiras da consciência detidas unicamente por exercerem pacificamente seu direito à liberdade de pensamento, consciência e religião e liberdade de expressão.”

Em 20 de julho de 2012, marca-se o 13º ano desde que a perseguição contra o Falun Gong começou em 1999. Na China, centenas de milhares de praticantes do Falun Gong estão em detenção onde são submetidos à tortura, à lavagem cerebral e ao trabalho forçado, tornando-o o maior grupo de prisioneiros da consciência no mundo, segundo Centro de Informação do Falun Dafa.