Analisado misterioso e colossal agrupamento de pedras no Mar da Galileia

14/04/2013 21:04 Atualizado: 06/08/2013 17:33
Um mosaico de sonar revelou a estrutura cônica composta de várias pedras no verão de 2003 (Shmuel Marco/Arqueologia Náutica)

A análise de uma misteriosa estrutura de pedras agrupadas em forma de cone de cerca de 70 metros de diâmetro por 10 de altura no fundo da parte ocidental do Mar da Galileia, o maior lago de água doce em Israel, foi publicada no Jornal Internacional de Arqueologia Náutica (JIAN) por uma equipe de pesquisadores liderados por Yitzhak Paz, da Universidade Ben Gurion de Israel.

Inspeções realizadas por mergulhadores determinaram que a estrutura é composta de paralelepípedos de basalto e pedras brutas dispostas umas sobres as outras sem um padrão aparente da construção.

Não foram encontrados sinais de disposição de paredes. As rochas estão nuas sem vegetação marinha e contrastam com o solo arenoso ao redor. Elas se caracterizam pela abundância de peixe tilápia em torno da estrutura e entre seus blocos, que provavelmente aproveitam seus esconderijos e o abrigo que oferecem, disse o relatório.

A descoberta foi examinada pela primeira vez em 2003 e realizou-se um mapeamento detalhado da morfologia do fundo aquático com um sonar avançado e ecobatímetro, segundo o relatório. As imagens resultantes mostram que a estrutura é circular e seu contorno indica que é ligeiramente mais acentuada do lado oriental. Estima-se que pese cerca de 60 mil toneladas.

Relação com outros sítios arqueológicos

A localização desta estrutura misteriosa no Mar da Galileia, também conhecido como Lago Tiberíades, pode ser a chave para determinar suas funções. Ela se encontra a 500 metros do sítio pré-histórico de Ohalo e a cerca de 1,2 quilômetros ao norte do sítio arqueológico de Bet Yerah.

Na vizinhança, segundo o mesmo relatório, há várias estruturas de pedra. Uma delas tem sete metros de diâmetro e dois metros de altura e é composta por outra pilha de pedras.

Em outro lugar, há uma formação de pedra retangular de 20 x 10 metros e mais ao sul há um semicírculo de pedras de basalto. Estes são sítios que ainda não foram escavados e remontam ao período pré-helênico.

A equipe de pesquisadores acredita que a estrutura identificada no lago não é natural, portanto, eles concluem que ela tenha sido feita pelo homem, mas que os sedimentos e a areia ao redor se acumularam com o tempo.

Pedras de basalto de uma estrutura colossal sob as águas do Mar da Galileia (Shmuel Marco/Arqueologia Náutica)

O mistério

Perguntas que permanecem sem resposta são: Quando foi construída? E com que finalidade?

Uma hipótese é que o local era um centro de pesca e foi projetado para atrair peixes e outros montículos menores foram encontrados a intervalos regulares. Outra ideia mencionada é que seja parte de outra estrutura submarina.

De acordo com Yitzhak Paz, as suposições são discutíveis, pois algumas partes estão muito profundas. Isso pode ser devido a um colapso após um terremoto repentino de 23 mil anos atrás. Também se considera que a estrutura de 60 mil toneladas  seja muito pesada e poderia ser um afundamento natural ao longo do tempo.

Durante a seca no inverno de 2002-2003, o lago exibiu uma ilha no extremo sul, que normalmente estaria abaixo do nível da água. Havia estruturas de pedra semelhantes dispostas circularmente até três metros de diâmetro. Mergulhadores encontraram outra no fundo do lago mais ao norte.

Uma reconstrução histórica descobriu que os níveis da água na foz do rio Jordão, que desemboca no Mar da Galileia ao norte de Bet Yerah, eram muito mais baixos do que no presente, o que permitiria a construção do cone de pedra nessa época e mais próximo da costa.

“A possível relação da estrutura de pedra submersa com os antigos assentamentos ao longo das margens do Mar da Galileia é de grande importância”, afirma Yitzhak Paz.

“Sistemas de assentamentos florescentes existiram ao longo da costa (do Mar da Galileia) na Idade do Bronze e do Ferro, entre 4.000-1.000 a.C. Centros urbanos como Beth Yerah, Hadar Tel e Betsaida foram assentamentos importantes nos tempos bíblicos”, descreveu o pesquisador, mencionando como fonte os estudos publicados por Kochavi, em 1996; Arav, em 2001; e Greenberg, em 2006.

Com cerca de 60 mil toneladas de peso, o cone sob o Mar da Galileia tem 70 metros de diâmetro e 10 metros de altura (Shmuel Marco/Arqueologia Náutica)

O misterioso cone de pedras submerso também pode estar conectado a um sítio da Idade do Bronze entre 3.000-4.000 anos atrás, que está a 30 quilômetros ao noroeste. Há três círculos concêntricos de pedra; o maior é de 56 metros de diâmetro.

Outro achado é o anel megalítico de Rogem Hiri, a 17 quilômetros de Khirbet Beteiha. Lá, foi encontrado um túmulo no interior e o diâmetro do local alcança 156 metros. No Vale do Jordão, encontram-se muitas estruturas megalíticas com círculos, menires e dólmenes.

Em seu estudo, Yitzhak Paz, especialista em antiguidades da Universidade Ben Gurion, acredita que o cone de pedra no Mar da Galileia pudesse ser parte de um centro de desenvolvimento da pesca, que foi construído quando as águas estavam num nível inferior.

No estudo do Mar da Galileia também participaram Moshe Reshef, Zvi Ben-Avraham e Shmuel Marco, da Universidade de Tel Aviv; Gideon Tibor, da Pesquisa Oceanográfica de Haifa; e Dani Nadel, da Universidade de Haifa.

Epoch Times publica em 35 países em 21 idiomas.

Siga-nos no Facebook: https://www.facebook.com/EpochTimesPT

Siga-nos no Twitter: @EpochTimesPT