A ativista brasileira do Greenpeace Ana Paula Alminhana Maciel será libertada sob fiança, informou nesta terça-feira (19) o Tribunal Distrital Primorsky, em São Petersburgo. A bióloga gaúcha de 31 anos foi detida pela guarda costeira da Rússia no dia 19 de setembro, há exatos dois meses, após tentar estender um banner numa plataforma petrolífera na véspera, juntamente com outros integrantes do Greenpeace, para protestar contra a exploração de petróleo no Oceano Ártico.
Ana Paula deve ser libertada após pagar fiança de dois milhões de rublos (R$ 138 mil) e vai responder ao processo em liberdade, informou a ONG em seu perfil do Twitter. A agência de notícias oficial russa Itar-Tass se limitou a afirmar que a brasileira foi detida por participar de um ato ilegal. O processo inicial continha a acusação de pirataria, alterada em seguida para vandalismo.
Dentre os ’30 do Ártico’, como ficaram conhecidos os ativistas presos a bordo do Artic Sunrise, embarcação internacional da ONG, Ana Paula é a quarta pessoa a ter o pedido de fiança aceito, segundo o Greenpeace. As outras três possuíam nacionalidade russa.
Os russos liberados, nesta segunda-feira, são o fotógrafo freelancer Denis Sinyakov, a médica Ekaterina Zaspa e o ativista Andrey Allakhverdov. A Justiça russa estendeu a prisão preventiva do australiano Colin Rusell por mais três meses e anunciou a liberdade, mediante pagamento de fiança, do neozelandês David John Haussmann e do argentino Miguel Hernan Perez Orsi.
O Greenpeace Brasil informou em nota que ainda não foi informado pela Justiça russa sobre as restrições aos ativistas que estão em liberdade provisória. Segundo a nota, deverá ser anunciado nos próximos dias se Ana Paula poderá ou não deixar o país ou receber visitas.
“O pedido de fiança ter sido aceito para alguns de nossos amigos foi uma ótima notícia. Mas só vamos celebrar quando todos estiverem livres para voltar para casa e quando suas acusações forem retiradas”, disse nesta-terça feira Mads Christensen, diretor executivo do Greenpeace Internacional.
Segundo a ONG, a decisão final sobre o destino de todo o grupo de 28 ativistas e dois jornalistas de 18 países deve sair até o final de semana.