As forças armadas sírias começaram a reposicionar-se devido à ameaça de ataque de países ocidentais a posições militares do regime, em represália a alegada utilização de armas químicas [contra rebeldes da oposição], indicou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
“Não houve um abandono de posições, mas um reposicionamento nos últimos dois dias”, disse à [agência de notícias] France Presse Rami Abdel Rahmane, diretor do observatório, que se baseia em uma rede de ativistas.
“Dezenas de sedes de comando militar serão transferidas para locais estratégicos. As mudanças de posição tiveram lugar em Damasco, em Homs e Hama, na Costa do Mediterrâneo, e em Soueida e Deraa, ao sul”, afirmou.
Perguntado pela France Presse, um alto responsável dos serviços de segurança em Damasco afirmou: “ninguém revela o seu plano, todos os exércitos que são alvo de ataques se defendem”.
A Coligação Nacional Síria, maior grupo da oposição, acusou o regime sírio de manter presos políticos e civis perto de bases militares, alvos prováveis de uma eventual intervenção militar internacional.
Em comunicado, a coligação assinalou que essas práticas indicam “um uso perigoso de civis como escudos humanos durante os conflitos armados”. A aliança considerou que as práticas violam as normas do direito humanitário internacional e constituem um crime contra a humanidade.
A oposição síria disse que vários detidos foram assassinados sob tortura ou em execuções sumárias. Outros morreram depois de terem sido colocados em locais onde os serviços de segurança perpetraram atentados com explosivos.
Nos últimos dias, Estados Unidos, França e Reino Unido têm avançado na possibilidade de uma ofensiva contra a Síria, depois de um alegado ataque com armas químicas na semana passada.
Esta matéria foi originalmente publicada pela Agência Lusa (via Agência Brasil)