ALMA detecta moléculas de açúcar em estrela jovem

06/09/2012 01:48 Atualizado: 06/08/2013 18:24
IRAS 16293-2422 é o objeto vermelho no centro. A imagem ampliada é a impressão artística de moléculas de glicoaldeídos, mostrando a sua estrutura molecular (C2H4O2). Átomos de carbono são representados em cinza; os de oxigênio em vermelho e os de hidrogênio em branco. (ESO/L. Calçada; NASA/JPL-Caltech/WISE Team)

Alguns dos blocos de construção da vida foram detectados pela matriz ‘Atacama Millimeter / submillimeter Array’ (ALMA) no gás ao redor de uma estrela jovem parecida com o Sol.

A estrela binária IRAS 16293-2422 está cerca de 400 anos-luz de distância, na região de formação de estrelas ‘Ophiuchi Rho’. As moléculas são de acúçar glicolaldeído simples (C2H4O2), que nunca tinham sido encontradas próximas de uma estrela como o Sol, mostrando que as moléculas podem ser incluídas em planetas formados em torno da estrela.

“No disco de gás e poeira em torno desta estrela recém-formada encontramos glicoaldeído, que é uma forma simples de açúcar, não muito diferente do açúcar que colocamos no café”, disse o principal autor do estudo, Jes Jørgensen, do ‘Niels Bohr Institute’ da Dinamarca, em um comunicado de imprensa.

“Esta molécula é um dos ingredientes para a formação de ‘ARN’ que, relacionado com o DNA, é um dos blocos da construção da vida”.

Quando se forma uma nova estrela, nuvens de gás e poeira se condensam com potencial de formação de moléculas mais complexas. Uma vez que a estrela é formada, ela aquece suavemente o centro da nuvem, evaporando as moléculas complexas, que podem ser detectadas pelas ondas de rádio emitidas pelo ALMA.

“O que é realmente interessante nas nossas conclusões é que as observações do ALMA revelam que as moléculas de açúcar estão caindo em direção a uma das estrelas do sistema”, disse a pesquisadora Cécile Favre, membro da equipe de pesquisa da Universidade Aarhus da Dinamarca no comunicado.

“As moléculas de açúcar não somente estão indo no lugar certo, ao encontro de um planeta, como também estão na direção certa.”

A descoberta tem implicações importantes para nossa compreensão da vida e suas origens.

“A grande questão é: quão complexas podem se tornar essas moléculas antes que sejam incorporadas nos novos planetas” disse Jørgensen.

“Isso pode nos dizer algo sobre como a vida pode surgir em outros lugares, e as observações do ALMA serão vitais para desvendar esse mistério.”
O estudo será publicado na revista ‘Letters Astrophysical Journal’.

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