Algumas das minhas memórias do autocultivo espiritual

11/05/2012 03:00 Atualizado: 11/05/2012 03:00

A Sra. Svensson foi a primeira pessoa a se inscrever na classe do Falun Gong na Suécia em 1995. (Lilly Wang/The Epoch Times)Eu sou uma enfermeira registrada e também estudei jornalismo; portanto, além da enfermagem, eu redijo artigos e faço edição online.

Como comecei a praticar o Falun Dafa

Por muito tempo, eu tive severas dores nas costas, o que tornava meu trabalho extremamente penoso. Eu trabalhei numa unidade com crianças muito doentes e tinha dificuldade para dormir e frequente insônia. Então, eu decidi participar de um curso de medicina qigong, um tipo de prática energética que tem grande afinidade com a medicina tradicional chinesa. Um dia, alguém me contou que um professor especial de qigong viria da China para a Suécia, que ele era jovem, mas muito sábio. Em meu coração algo me dizia que eu tinha de participar deste curso. Então, liguei o quanto antes e me matriculei no curso.

Durante a Páscoa de 1995, eu aprendi a prática tradicional chinesa do Falun Dafa (também conhecido como Falun Gong) com o Mestre Li Hongzhi, o fundador da prática. Aquela semana foi o momento mais feliz da minha vida. Fiquei esperançosa sobre o futuro e me senti muito animada. Intuitivamente, eu entendi que minha vida mudaria para melhor. Também experimentei a limpeza do corpo e da mente, senti mudanças no corpo e uma energia incrível.

Quando aprendíamos os exercícios da prática e a meditação, nos sentíamos serenos e enérgicos, e o Mestre Li andava entre nós sorrindo e corrigindo nossos movimentos. Foi um momento muito especial. Quando suas palestras foram traduzidas, o trabalho se estendeu por várias horas a cada noite, porém, nunca nos cansamos de escutá-las. Nós podíamos perguntar qualquer coisa e o Mestre Li compassivamente respondia a todas elas.

Uma vez, perguntei ao Mestre Li se o Dafa (a Grande Lei do universo, expressa nos princípios guias do cultivo do Falun Dafa como verdade, compaixão e tolerância) poderia me ajudar a corrigir as coisas ruins que fiz nesta vida, e olhando para mim sério ele disse, “O Dafa pode ajudá-la também com todas aquelas coisas que você nem mesmo sabe que fez.” Eu sabia que era verdade.

Antes de encontrar o Dafa (os princípios de verdade, compaixão e tolerância), eu ansiava encontrar um significado em minha vida e um sentido para todas as dificuldades que vinha passando. Eu questionava por que há tanto sofrimento no mundo, por que há tantas crianças doentes sofrendo, deveria a vida realmente ser assim, havia muitas dúvidas em minha mente.

Eu sempre acreditei em Deus e quando estava cansada de tudo, eu orava para ver um caminho em minha vida. O Dafa foi a resposta dos deuses para mim.

Depois de começar o caminho do autocultivo espiritual, eu comecei a dormir bem, como uma criança, eu parei de usar comprimidos para dormir e não precisava mais de analgésicos, meu corpo estava renovado, e a dor nas costas desapareceu. Toda vez que eu praticava os exercícios e a meditação do Falun Dafa, eu sentia que minha alma estava sorrindo por dentro. O Dafa limpou meu coração e curou meu corpo e espírito.

Muito cedo no cultivo, eu estudei língua chinesa na Universidade de Gotemburgo junto com um colega da prática do Falun Dafa.

Foi maravilhoso aprender os caracteres chineses, no início, eu copiei o Lunyu (a introdução do Zhuan Falun, o principal livro dos ensinamentos do Falun Dafa) em chinês e o primeiro capítulo de Zhuan Falun à mão. Então, quando estávamos visitando praticantes na China pela última vez, apenas sete meses antes de começar a perseguição ao Falun Dafa na China pelo regime comunista em junho de 1999, eu li o Lunyu em chinês num encontro com muitos policiais. Estiveram presentes alguns praticantes ocidentais e chineses no encontro e nós compartilhamos algumas de nossas experiências no cultivo do Falun Dafa. Eles ouviram em silêncio e acho que foi interessante para eles. Naquela vez, foi numa cidade chamada Dalian, e uma vez havia cerca de 10 mil praticantes se exercitando juntos.

As viagens que fizemos a cada ano entre 1995 e 1998 à China da Suécia para visitar colegas praticantes foram preciosas. Nós visitamos os praticantes chineses em suas casas e fomos recebidos como membros da família. As experiências dos praticantes chineses nos ajudaram a entender melhor o cultivo. Suas extraordinárias e comoventes histórias e sua crença inabalável no Dafa me ajudaram a avançar mais rapidamente no cultivo. Eu nunca me esquecerei de nossas viagens à China e de nossos colegas praticantes.

De uma viagem ao Templo Jietaisi, localizado fora de Pequim, em outubro-novembro de 1996. (Cortesia da Sra. Svensson)A perseguição na China nos chocou

Em 1999, a perseguição começou e todos nós fomos sufocados. Eu não conseguia entender por que isso aconteceu e a mídia estatal chinesa começou a produzir informações falsas sobre o Falun Gong, e os meios de comunicação ocidentais seguiram o exemplo reproduzindo o conteúdo sem investigar ou questionar. Naquele outono, em 1999, nós aprendemos sobre muitos métodos de tortura terríveis usados nas prisões contra os praticantes do Dafa através do Clearwisdom.net e choramos, havia tantas coisas cruéis acontecendo com nossos amigos praticantes na China.

Queríamos fazer algo, por isso, alguns de nós, praticantes da Suécia, fomos a Pequim em novembro de 1999 para falar com a mídia ocidental existente lá e saber o que estava acontecendo.

Conhecemos alguns jornalistas ocidentais e lhes explicamos o que o Dafa é realmente, e também nos encontramos com dois praticantes chineses que nos relataram o que estava acontecendo com outros praticantes após o início da perseguição.

Podíamos sentir o ambiente maligno em Pequim, o ar era pesado, e coisas ruins estavam por toda parte. Nós nos sentimos sendo seguidos em todos os lugares, mas as pessoas más não se atreviam a nos parar. Conhecemos alguns jornalistas norte-americanos e fomos entrevistados pela CNN. Um jornalista de televisão da Finlândia nos encontrou num parque em Pequim, e nós lhe mostramos a meditação e contamos a verdade sobre o Dafa. Essa entrevista foi publicada num noticiário nacional na televisão finlandesa.

Um dia, fomos a Praça Tiananmen para ver se havia algum praticante e dissemos uns aos outros; “Talvez um dia nós venhamos aqui novamente, muitos de nós praticantes ocidentais.”

Dois anos depois que eu recebi um telefonema de um praticante alemão que disse, “Estamos indo para Tiananmen em breve, você está vindo?” Eu disse, “Oh, chegou o momento agora, eu vou com vocês.” Eu acho que inconscientemente eu esperava por isso.

Indo a Tiananmen, nós queríamos fazer algo por nossos colegas chineses. Os governos evidentemente não fizeram o suficiente. Então, tivemos de mostrar a eles, ao Partido Comunista Chinês, que era inconcebível perseguir pessoas inocentes e de bom coração. Nós queríamos nos posicionar pelo Dafa e pelos praticantes chineses.

Nós fomos detidos por cerca de 36 horas, e lá encontramos também bons policiais, quando cantamos “Falun Dafa Hao” (Falun Dafa é bom) na delegacia de polícia, um policial disse frustrado, “Eu sei, mas tenho que fazer meu trabalho!”

Ir a Tiananmen foi uma das melhores coisas que já fiz. Era algo justo e isso assustou as pessoas más na China, e deu coragem aos praticantes chineses, mostrando-lhes que não estavam sozinhos, porque éramos praticantes de diversos países sendo presos; muitas mídias ocidentais aprenderam mais sobre a perseguição na China.

Quando você recebe o Dafa, você começa uma nova vida, um novo corpo e um novo futuro, que é completamente diferente e muito melhor do que qualquer outra coisa que você receberia sem o Dafa. Enquanto você se torna forte por dentro, e reto no coração, você se importará mais e mais com as outras pessoas, e deixará o egoísmo. O Dafa é um grande presente para nós e podemos levar esse presente a outras pessoas.

O Dafa é algo tão grande que é difícil descrever com palavras. Nós percorremos um longo caminho, e talvez um dia, não muito longe no tempo, nós poderemos encontrar novamente nossos amigos praticantes na China.

Uma praticante do Falun Dafa da Suécia