A alga ‘kelp’ é uma das plantas mais úteis que a natureza tem para oferecer. É um recurso autossustentável e rapidamente renovável e, como alimento e fertilizante, tem um conteúdo mineral extraordinariamente elevado.
‘Kelp’ é o nome comum dado a plantas da classe Phaeophyceae. Tendo muito pouco em comum com as plantas terrestres e não se reproduzindo por meio de sementes ou flores, cada célula da alga kelp é capaz de se reproduzir muito rapidamente. Ela pode crescer até 90 metros de altura e, debaixo de água, as florestas de algas kelp podem ser encontradas nas águas pouco profundas da maioria dos oceanos do mundo.
Esta alga não é somente rica em metais pesados, mas também em oligoelementos, inclusive o ouro, a prata, o ferro, o vanádio, o titânio, assim como o silício, o zinco e o boro.
No corpo humano, estes minerais pesados estão presentes em quantidades ínfimas. Embora a ciência moderna ainda não entenda completamente o papel que estes oligoelementos desempenhem, é uma boa prática fornecer ao nosso corpo os mesmos nutrientes que compõem o seu ambiente interno, se quisermos um funcionamento saudável.
Um dos mais conhecidos destes minerais é usado terapeuticamente, a iodina, habitualmente utilizada para evitar o desenvolvimento do bócio da glândula tiroide. A iodina presente na alga kelp apresenta-se numa forma que pode ser imediatamente usada pela tiroide sem que o corpo tenha que processá-la. Os ervanários prescrevem a alga kelp como um tônico glandular genérico e para condições vagas e persistentes que pareçam requerer um ou mais desses oligoelementos, geralmente não disponíveis na nossa dieta ocidental moderna.
Podemos também nos beneficiar das vitaminas da alga kelp. A vitamina B12 está presente em quantidades comparáveis às encontradas no fígado animal, tornando a alga kelp particularmente importante para os vegetarianos. Outras vitaminas incluem: a vitamina C, em quantidades comparáveis, grama por grama, com as das laranjas; as vitaminas E e K; e comprova-se uma vez mais que a vitamina D existe na forma vegetal.
A alga kelp granulada pode ser encontrada em lojas de alimentos e, uma pequena porção, polvilhada pela refeição (particularmente nos pratos de frutos do mar), é uma boa forma de incluir as algas nos pratos ocidentais.
A alga kelp possui também um alto teor de açúcar e a sua capacidade de crescimento num ritmo acelerado, até de meio metro por dia, é uma fonte viável de álcool para combustível.
Benefícios veterinários
Adicionada à ração para ovelhas, cavalos e gado de leite e carne, a alga kelp melhora a condição geral, a fertilidade e a resistência às doenças, assim como aumenta a produção de leite. A prática de suplementação da dieta da criação de gado com lambedouros de sal pode muito bem tornar-se obsoleta com a inclusão da alga kelp na sua alimentação, considerando que os oligoelementos nela existentes são muito mais concentrados dos que os encontrados no sal marinho não refinado.
Para os horticultores a alga kelp é uma das melhores fontes de adubo. Espalhado e enterrado nos solos ou embebido em água fresca e usado como fertilizante liquido, este adubo não só repõe mineriais há muito perdidos e oligoelementos, mas também estimula o crescimento dos microrganismos, essenciais para solos saudáveis.
Nas culturas da Europa setentrional tradicionalmente colhe-se a alga kelp em meados do verão e seu uso abrange variadas formas; como combustível, como forro para as casas, no lume para defumar peixe e toucinho e em forma de cinzas para cobrir o queijo em maturação. Foi também usada nos princípios de 1800 na fabricação de vidro e sabão e, na Dinamarca, experimentalmente para fazer papel.
Como vegetal, a alga kelp é inigualável, requerendo como único processamento a secagem. Ela é o único alimento verdadeiramente orgânico que nos resta no mundo moderno. Por quê? A alga kelp tem certa resistência celular para tudo o que não é natural e, depois de seca, descobre-se que não está contaminada. Lamentável que nós, no mundo ocidental, não façamos mais uso deste vegetal tão perfeito.