Aldeões chineses podem ser torturados por tentar resgatar amigo, adverte Anistia

25/10/2012 19:20 Atualizado: 30/10/2012 19:24
Li Lankui (direita) com seu filho antes de sua prisão. Li Lankui está atualmente num centro de lavagem cerebral após ser preso numa “limpeza” realizada antes e depois da visita do governador Terry Branstad de Iowa, EUA, à província de Hebei, China. (Minghui.org)

Meia dúzia de aldeões de uma pequena vila na província chinesa na periferia de Pequim foram cercados, detidos e torturados pela polícia local, após tentarem garantir a libertação de outro morador e amigo que foi perseguido por sua crença na prática espiritual do Falun Gong.

Três indivíduos foram enviados para campos de trabalhos forçados, enquanto três estão sendo punidos pelo sistema judicial, segundo a Anistia Internacional, que tem acompanhado o caso e publicou recentemente um ‘Alerta de Ação Urgente’ sobre a situação.

O problema começou em junho no condado de Zhengding, província de Hebei, no momento da visita do governador Terry Branstad de Iowa, EUA, ao vice-presidente Xi Jinping na mesma província. As autoridades locais na ocasião realizaram uma “limpeza” de praticantes do Falun Gong na área.

O Falun Gong tem sido perseguido na China desde 1999, quando o ex-líder chinês Jiang Zemin começou a temer que o povo chinês preferisse os ensinamentos morais tradicionais do Falun Gong à ideologia do Partido Comunista.

Li Lankui, um praticante do Falun Gong e um homem bem quisto na aldeia de Donganfeng no condado de Zhengding, foi alvo da polícia durante a mobilização de segurança no início deste ano.

Após a captura de Li Lankui em 7 de junho, os moradores se reuniram em seu apoio, desafiando as autoridades e arriscando uma retaliação violenta. Eles coletaram 700 assinaturas e impressões digitais, estampadas com cera vermelha, dos moradores pedindo às autoridades para não perseguirem seu amigo e conterrâneo.

Eles também enviaram uma carta ao gabinete de Branstad em Iowa pedindo a ele que apoiasse sua difícil situação. O gabinete de Branstad não respondeu aos pedidos de comentários em agosto.

Uma campanha prolongada de retribuição foi então iniciada pelas forças de segurança comunistas com uma série de detenções realizadas até agora e que já resultou em pelo menos uma morte.

A Anistia Internacional chamou a atenção recentemente para a detenção arbitrária de Gao Suzhen e seu marido Zhang Tianqi, que foram capturados em 7 de agosto. Uma semana depois, em 13 de agosto, um aldeão chamado Jia Zhijiang também foi detido. Os três foram acusados de “ofensas criminais”, diz a Anistia, e estão detidos no centro de detenção do condado de Zhengding.

Na noite de sua prisão, Gao Suzhen foi enviada para o Hospital No. 260 para tratamento de emergência, o que indica que ela pode ter sido torturada logo após ter sido detida ao ponto de precisar de tratamento médico imediato para impedi-la de morrer. Posteriormente, ela foi transferida para um grupo especial de investigação, disse a Anistia, onde foi “torturada ainda mais durante os interrogatórios”.

Os outros três presos são Suqin Bai, Wang Yuexia e Yang Rongxia, que também foram detidos em 7 de agosto e transferidos para um campo de reeducação pelo trabalho em Shijiazhuang, uma grande cidade na província de Hebei, em 29 de agosto. Lá, eles estão à mercê dos guardas do campo e podem ser torturados, afirmou a Anistia. Eles não têm autorização para contratar seus próprios advogados.

Até agora, pelo menos 16 pessoas foram detidas durante a repressão de retaliação contra os apoiadores de Li Lankui, segundo a Anistia Internacional. O grupo diz que uma mulher foi amarrada a uma cadeira de ferro por 10 dias e espancada com bastões elétricos enquanto a polícia tentava descobrir quem estava por trás da petição e quem enviou informações para o estrangeiro.

Os seis indivíduos acima permanecem detidos, enquanto outros 10 foram libertados, indicou a Anistia.

A carta foi mais tarde enviada anonimamente, presumivelmente por um número de praticantes do Falun Gong locais, ao escritório do procurador provincial de Hebei e a uma série de outras agências policiais, descrevendo os atos praticados pelo vice-diretor Gao Guo da Secretaria de Segurança Pública do condado de Zhengding.

Gao Guo e outros “criaram câmaras secretas de tortura, algemaram pessoas em cadeiras por longos períodos, privaram-nas do sono, ameaçaram, intimidaram e espancaram-nas barbaramente e utilizaram até mesmo cassetetes elétricos de alta tensão para torturá-las. Eles usaram tortura para extrair confissões de cidadãos inocentes, obtiveram evidências violentamente e vasculharam os envolvidos no incidente das 700 impressões digitais.”

A carta prossegue, “Eles causaram imensos danos físicos e mentais, aterrorizando familiares e amigos. Apelamos a todos os líderes e agências judiciais para investigarem e lidarem com este assunto de acordo com a lei e protegerem a justiça da lei!”

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