Alberto Youssef e empreiteiras estão lincados, segundo Polícia Federal

19/05/2014 14:38 Atualizado: 19/05/2014 14:38

A segunda etapa da Operação Lava Jato, que prendeu o doleiro Alberto Youssef, pode atingir uma das maiores empreiteiras do País: a Camargo Corrêa, que lidera a construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

Leia também: Operações da PF ligam doleiros, máfia italiana e governo, segundo MPF/PR

A Polícia Federal já identificou, inclusive, o nome do executivo que fazia a ponte entre a empreiteira e o doleiro, que recebeu R$ 29,2 milhões da empreiteira. Trata-se do vice-presidente Eduardo Leite, chamado de “Leitoso” em mensagens apreendidas pela Polícia Federal. Além das transferências da Camargo Correa para Youssef, foram também identificados repasses de R$ 3,9 milhões de outra grande empreiteira, a OAS, ao doleiro.

No entanto, a Polícia Federal aponta que Leite era o nome mais próximo a Youssef no mundo da construção pesada. O doleiro teria até adiantado recursos a ele. “Tô com um pepinão aqui na Camargo que você nem imagina. Cara me deve 12 paus (R$ 12 milhões ou US$ 12 milhões), não paga. Pior que diretor é amigo, vice-presidente é amigo”, disse. Executivos da Camargo também já foram alertados pelo advogado ex-ministro petista Marcio Thomaz Bastos para que se “preparem para o pior”. Até grandes acionistas da companhia, como Luís Nascimento, estão preparados para todas as hipóteses e temem ser enquadrados na Lei Anticorrupção, recentemente aprovada, que pune donos de empresas acusados de desvios.

Essa matéria foi originalmente publicada pelo Vide Versus