Aeroportos estão despreparados para os estrangeiros que virão para as Olimpíadas e Copa do Mundo

15/04/2013 04:35 Atualizado: 29/05/2013 21:07
Passageiros olham um painel de partidas no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, Brasil, em 10 de junho de 2011. Um novo estudo diz que os aeroportos brasileiros não têm sinalização adequada em inglês o que torna difícil para os turistas a percorrer seu caminho através dos aeroportos (Jefferson Bernardes / AFP / Getty Images)
Novo estudo diz que aeroportos brasileiros não têm sinalização adequada em inglês, o que torna difícil para os turistas se locomover através dos aeroportos (Jefferson Bernardes / AFP / Getty Images)

Turistas que virão para o Brasil na Copa de 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016 terão que começar a se familiarizar com o português se quiserem encontrar o seu caminho nos aeroportos do país.

Estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo mostra que os principais aeroportos brasileiros não têm sinalização adequada em inglês, e os estrangeiros terão dificuldades de se locomover através dos aeroportos.

“O inglês é um gap enorme [nos aeroportos brasileiros]”, disse o orientador da dissertação de Mestrado, Antônio Nélson Rodrigues da Silva, ao Epoch Times.

O estudo analisou a acessibilidade dos principais aeroportos no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília antes da chegada da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos com base em diferentes critérios, incluindo acesso para pessoas com deficiência, bem como a acessibilidade para turistas estrangeiros, entre outros. A falta de sinalização em inglês foi uma das grandes lacunas encontradas, de acordo com o estudo, já que não há sinais suficientes apontando para onde os viajantes que falam inglês possam dirigir até o aeroporto, encontrar a bagagem, reclamar, e não há pessoal suficiente que possa falar em inglês.

O estudo utilizou um sistema de pontuação (índice) para classificar os aeroportos em função de sua acessibilidade, com a pontuação variando de zero a 1.

Lígia Gesteira Coelho, aluna da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP e autora do estudo, diz que nenhum dos aeroportos estudados alcançaram altas pontuações, o que significa que há ainda muitos aspectos que precisam ser desenvolvidos para melhorar a acessibilidade nos aeroportos.

“Acho que todos sabem que os aeroportos não estão preparados para os grandes eventos. Os responsáveis, acredito, já estão trabalhando para sanar os problemas e eu espero estar contribuindo dando a eles uma outra perspectiva, a do usuário, sobre os problemas dos terminais”, disse Lígia ao Epoch Times.

“É preciso que haja sinalização indicativa em inglês e que ela seja suficiente para que um estrangeiro possa se localizar caso não conheça o aeroporto. Nas empresas de táxi e locadoras que atendem o aeroporto é importante que existam funcionários que falem inglês”.

As pontuações baixas tornam-se mais preocupantes para os grandes aeroportos, como é o caso de Guarulhos, em São Paulo, um dos aeroportos que recebe maior número de viajantes internacionais, mas que recebeu no estudo um dos índices mais baixos de acessibilidade aos estrangeiros. A maioria dos aeroportos em geral recebeu notas entre 0,5-0,6, no índice máximo de 1. O de Guarulhos nesse quesito foi de pouco acima de 0,4.

De acordo com o Ministério de Turismo, durante os 30 dias da Copa do Mundo em 2014, o país receberá cerca de 600 mil turistas estrangeiros.

A maior parte dos turistas desembarcará no Rio de Janeiro, com uma estimativa de 413 mil turistas esperados, seguido por São Paulo com 258 mil e Brasília, com 207 mil, de acordo com o ministério.

Vanessa Sampaio Bueno, porta-voz do ministério, disse que já existe um plano para melhorar os aeroportos e torná-los mais acessíveis para os turistas.

“Entre os investimentos previstos na Matriz de Responsabilidades do governo federal para a Copa, um dos papéis do Ministério do Turismo será o apoio à reforma/construção de Centros de Atendimento ao Turista (alguns deles ficam dentro de aeroportos e/ou nas regiões desses terminais) e a obras de sinalização turística em atrativos e regiões prioritárias (incluindo aeroportos)”, disse Vanessa por e-mail.

Para conhecer o estudo na íntegra, clique aqui.

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