Aécio Neves e Renan Calheiros são citados por Delcídio em delação premiada

13/03/2016 00:54 Atualizado: 13/03/2016 00:54

O ex-senador Delcídio do Amaral (PT-MS), em acordo de delação premiada, mencionou diversos políticos da bancada do PMDB na Casa e também o senador e líder do PSDB Aécio Neves (MG). Além de Delcídio, o nome do presidente do PSDB já havia sido citado pelo doleiro Alberto Yousseff e pelo transportador de valores Carlos Alexandre Rocha, o Ceará, mas as delações contra o tucano foram arquivadas e as investigações não seguiram adiante, segundo reportagem da Revista Isto É.

Agora com a delação de Delcídio, uma análise será feita pelos investigadores da Lava Jato, para que se possa decidir se os fatos apontados contra os senadores possuem requisitos mínimos que justifiquem o pedido de abertura de inquérito.

Delcídio também afirmou que, na época em que presidia a CPI dos Correios, permitiu que o Banco Rural tivesse um prazo maior para entregar a quebra do sigilo bancário do senador, dando assim oportunidade para que o banco maquiasse seus demonstrativos contábeis, de forma a impedir que o escândalo do mensalão atingisse o governo de Minas Gerais na gestão de Aécio.

Em um trecho do registro escrito da delação, o nome de Aécio e de Clésio Andrade, ex-vice-governador do Estado, aparecem lado a lado. Não há certeza, porém, se eles foram mesmo citados ou se foi algo que os integrantes da Lava Jato interpretaram das palavras de Delcídio. Clésio foi sócio de Marcos Valério na agência SMPB. Vice de Aécio no primeiro mandato do tucano em Minas Gerais, Clésio tornou-se réu no mensalão tucano.

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Entre os nomes mencionados constam parlamentares sendo averiguados em investigações da Lava Jato no STF, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Edison Lobão (PMDB-MA), Romero Jucá (PMDB-RR) e Valdir Raupp (PMDB-RO).

O Supremo Tribunal Federal ainda não homologou a delação do ex-senador.

O OUTRO LADO

O senador Aécio Neves (PSDB) divulgou um vídeo em seu perfil no Facebook na quarta-feira (9), no qual comenta a menção de seu nome pelo ex-senador Delcídio Amaral (PT-MS). O tucano rechaçou a denúncia, reafirmando que estão tentando ligar a oposição e o seu nome à Operação Lava Jato.

“Nada disso me intimida”, disse o senador. “Outras tentativas já ocorreram e foram arquivadas porque foram desmascaradas, por que eram falsas”, assegurou Aécio, lembrando que já houve outros momentos em que foi citado por delatores.

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Já citaram Aécio o doleiro Alberto Youssef, o lobista Fernando Moura e o entregador de dinheiro de Youssef, Carlos Alexandre Souza Rocha, vulgo Ceará. O doleiro e o lobista afirmam que Aécio era influente e era pago com propina em uma diretoria de Furnas, estatal de energia que está sendo investigada no Rio de Janeiro quanto à existência de um esquema de corrupção envolvendo seus funcionários. Ceará afirma que um executivo da UTC comentou que Aécio era “o mais chato” ao cobrar propinas, sem especificar a qual obra estariam ligadas essas propinas.

As citações de Youssef e Ceará foram declaradas insuficientes para que se abra inquérito contra o tucano. A citação do lobista Fernando Moura ainda se encontra sob sigilo.

No vídeo, Aécio declara que o esquema de corrupção na Petrobras “tem DNA, ele era do PT e de seus aliados”. “Por isso nós temos que apoiar e apoiar em profundidade a operação Lava Jato, para que todas as apurações ocorram e aí nós separemos o joio do trigo, nada disso me intimida”, disse o presidente do PSDB.

Clique aqui para ver o vídeo.