O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, afirmou nesta quarta-feira (27) que falta transparência ao governo da presidente-candidata Dilma Rousseff na gestão do programa Bolsa Família. “O cadastro do Bolsa Família é uma caixa-preta”, disse o tucano em sabatina promovida pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Aécio Neves disse ainda que, se eleito, vai expandir e ampliar o programa. “A grande verdade é que o programa do atual governo para o nordeste se resumiu ao Bolsa Família. Queremos a superação da pobreza. A pobreza pode fazer bem ao PT, mas nós queremos acabar com ela. A privação de renda é uma vertente da pobreza, mas não é a única. O Família Brasileira (como Aécio batizou a ampliação do Bolsa Família) vai classificar as famílias em níveis de carência. Há famílias com outras carências que podem ser ajudadas pelo Estado”, afirmou.
Na entrevista, o tucano também disse que pretende cortar até sete mil cargos comissionados na máquina federal se for eleito – um terço dos 23 mil postos atuais. “O Brasil quer um Estado eficiente, que gaste menos com sua estrutura para gastar mais com as pessoas”, afirmou.
Ao falar do time que o acompanha – na terça-feira, ele anunciou que, se eleito, nomeará o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga como seu ministro da Fazenda –, Aécio Neves ironizou Marina Silva, que tem dito que pretende governar com quadros dos governos do tucano Fernando Henrique Cardoso e do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva: “Ela precisa escolher por qual modelo vai optar”.
Aécio Neves falou também sobre Banco Central em seu eventual governo. Evitou citar nomes que poderiam compor a autoridade monetária, mas garantiu que a instituição terá autonomia operacional, caso seja eleito presidente. Segundo ele, o fundamental é que o Banco Central tenha independência operacional. “Se haverá ou não lei sobre isso é secundário”, afirmou.
Ele disse também que vai promover uma política fiscal transparente e classificou a do atual governo como “uma peça de ficção”. Segundo ele, é preciso dar transparência à equipe econômica. “Não sei quais bombas relógios o governo deixou armadas”, disse, evitando falar qual seria sua meta para o superávit primário.
Aécio Neves afirmou que é importante deixar um superávit, mas seria precipitação dizer o montante: “Grande parte da perda de credibilidade vem da pouca transparência dos dados oficiais”.
Ele voltou a apontar que a Petrobras e a Eletrobras estão frequentando hoje as páginas policiais da imprensa, em vez das páginas de economia, e defendeu a necessidade de repensar a matriz energética brasileira, dando prioridade a fontes de energia alternativas, como a eólica e a biomassa.
Editado pelo Epoch Times