Muitos jornais internacionais noticiaram que o governo do Sudão iria soltar Meriam Ibrahim, cristã condenada à morte por não aceitar negar a Cristo e se tornar muçulmana. Mas o advogado da mulher, Elshareef Ali Elshareef Mohammed, afirmou que não há nenhuma informação oficial sobre a soltura da sudanesa, e que a informação passada pode ser uma tentativa do governo de inibir a pressão internacional.
Mohammed concedeu uma entrevista ao Channel 4 News falando sobre o caso, ele afirmou que Meriam está em um hospital prisional por conta do parto recente. Ela deu à luz a Maya, sua filha caçula, na semana passada e está sendo mantida com os pés presos por correntes.
Sobre a soltura, ele afirma que é o sistema judicial quem deve revogar a sentença de morte e não o governo, como aconteceu no final da última semana quando um oficial da chancelaria disse que Meriam seria solta. Pelas regras do Sudão, para revogar a sentença de morte contra a mulher cristã é necessário entrar com uma apelação junto à corte e esse processo pode demorar meses para ser julgado e aceito.
Elshareef tem certeza de que o oficial só falou em soltar Meriam para impedir que as campanhas mundiais continuassem pedindo por sua libertação. Diversos líderes políticos internacionais já se pronunciaram sobre o caso, que tem gerado comoção e preocupação.
Meriam Ibrahim foi condenada à morte por ser cristã. Na lei do Sudão é necessário seguir a religião paterna. O pai de Meriam é muçulmano, mas ela foi criada como ortodoxa por sua mãe e se casou com um homem cristão, pai de seus dois filhos.
Por conta do casamento ela foi condenada a receber 100 chibatadas, pois a lei sudanesa não reconhece o casamento entre muçulmanos com fiéis de outras religiões. Meriam tentou explicar que nunca foi muçulmana, mas não teve chances diante da corte e foi condenada. A execução pode acontecer quando sua filha completar dois anos.