O advogado de Bradley Manning e a Anistia Internacional estão pedindo ao presidente norte-americano Barack Obama que perdoe Bradley Manning, que foi condenado a 35 anos de prisão nesta quarta-feira por vazar arquivos secretos que foram eventualmente publicados pelo Wikileaks.
As centenas de milhares de arquivos vazados por Manning incluíam informes secretos entre funcionários do governo e correspondência com autoridades estrangeiras. O longo julgamento de Manning terminou em 21 de agosto com sua condenação.
Um novo site foi criado dizendo que os 1.190 dias de confinamento que Manning já passou são suficiente e que a sentença de 35 anos deve ser comutada ou Manning deve ser solto de vez, pois já esteve preso por mais de 3 anos. “Como Bradley Manning, acreditamos que uma democracia saudável exige informação pública”, segundo o site. “Que preço pagarão futuros denunciantes? É hora de o presidente Obama perdoar Bradley e se concentrar na prevenção de violações dos direitos humanos em vez de punir os denunciantes.”
O advogado de defesa de Manning deverá apresentar uma petição de clemência em breve a secretaria do Departamento de Justiça que analisa pedidos de indultos e outros atos de clemência antes de passá-los ao presidente para uma decisão final, segundo a Anistia Internacional.
Com bom comportamento e crédito pelos mais de três anos em que esteve preso, Manning poderia ser solto em pouco mais de oito anos. O ex-analista da inteligência dos EUA foi considerado culpado no mês passado de 20 crimes, incluindo seis violações da Lei de Espionagem, mas foi absolvido da acusação mais grave, de ajudar o inimigo, que poderia resultar em prisão perpétua sem condicional.
Manning poderia ter recebido até 90 anos atrás das grades. A promotoria pediu pelo menos 60, como um aviso para outros soldados, enquanto o advogado de Manning sugeriu que ele recebesse não mais de 25, porque alguns dos documentos vazados serão desclassificados nesse tempo. Ele terá de cumprir pelo menos um terço de sua sentença antes de ser elegível para liberdade condicional. Ele também foi rebaixado e expulso do Exército.
Manning copiou e publicou digitalmente mais de 700 mil documentos, incluindo relatórios de batalha do Iraque e Afeganistão e telegramas do Departamento de Estado, enquanto trabalhava em 2010 no Iraque. O Crescent, de Oklahoma, também postou um vídeo vazado de um helicóptero de ataque Apache em Bagdá em 2007 que matou por engano pelo menos nove pessoas, incluindo um fotógrafo da Reuters.