Um adolescente de 14 anos foi acusado de planejar explodir uma bomba numa estação de Viena, no outono, em nome do grupo terrorista autodenominado Estado Islâmico (EI).
Depois do atentado, o jovem de origem turca, que vai cumprir oito meses de prisão efetiva, pretendia juntar-se ao EI na Síria.
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Julgado por “participação num atentado terrorista”, o acusado reconheceu os fatos no tribunal de Sankt-Pölten, a 70 quilômetros a oeste de Viena.
Devido à idade do acusado, que já cumpriu cinco meses em detenção, a pena máxima era de cinco anos de prisão efetiva.
O adolescente teria entrado em contato com representantes do EI em Viena e pretendia fabricar uma bomba que seria detonada em Westbahnhof, uma das principais estações ferroviárias da capital austríaca. Em seguida, queria partir para a Síria.
Durante o inquérito, as autoridades encontraram numerosas imagens extremamente violentas de propaganda do EI no computador, telefone e console Playstation do adolescente.
De origem alevita, ramo do Islã xiita praticado sobretudo na Turquia, o garoto começou a aproximar-se do sunismo radical no início do ano passado.
Chegado à Áustria em 2007, o adolescente “cresceu sem pai” e foi colocado numa escola para crianças com grandes dificuldades, onde “as perspectivas profissionais são quase inexistentes”, por isso “procurou ser reconhecido, pertencer a um grupo”, disse o advogado de defesa Rudolf Mayer.
“Conseguem imaginar o poder de uma propaganda que diz aos jovens, cuja existência parece não ter sentido, ‘você pode fazer qualquer coisa e terá dinheiro e mulheres por isso’?, argumentou o advogado, que disse ter ficado satisfeito com a sentença do tribunal.
A avaliação psiquiátrica do adolescente estabeleceu que, apesar de “falta de maturidade”, o acusado era penalmente responsável pelos atos.
Mais de 200 pessoas, incluindo mulheres e menores, viajaram da Áustria para a Síria e Iraque, de acordo com as autoridades. Cerca de 70 suspeitos regressaram ao país e vários aguardam julgamento.
Um tribunal de Viena julgava hoje, em outro caso, uma adolescente de 16 anos acusada de pretender juntar-se ao EI na Síria.