Pu Zhiqiang, um advogado de direitos humanos de Pequim, denunciou publicamente o recém-aposentado chefe da segurança pública chinesa Zhou Yongkang, chamando-o de “veneno” da sociedade.
O advogado escreveu na semana passada em várias de suas contas do Weibo, uma popular rede de mídia social chinesa, que Zhou Yongkang é um “traidor do povo” que “tem trazido grandes catástrofes para o país”. As postagens foram amplamente divulgadas e discutidas na internet, mas logo foram censuradas e apagadas pelas autoridades e seus blogues também foram desativados.
A abordagem de “manutenção da estabilidade” de Zhou Yongkang é a principal causa de instabilidade social na China, disse Pu Zhiqiang em entrevista à Voz da América (VOA). Para evitar mais conflito social, o regime tem de parar de reprimir as pessoas que falam abertamente, acrescentou ele.
Nos últimos 10 anos, com Zhou Yongkang no comando da segurança – como ministro da Segurança Pública e depois como secretário do poderoso e secreto Comitê dos Assuntos Político-Legislativos (CAPL) –, “nenhum dos conflitos sociais na China foi realmente resolvido”, incluindo os incidentes do massacre de 4 de junho na Praça da Paz Celestial (Tiananmen), a perseguição ao Falun Gong, as demolições forçadas e a devastação ambiental, disse Pu Zhiqiang. “Ele é responsável, direta ou indiretamente, por incontáveis tragédias.”
O internauta Jiang Zhuo escreveu em seu Weibo que, “Sempre que grandes mudanças políticas ocorrem, as pessoas pagarão suas dívidas com a história. Eu apoio a coragem e o patriotismo dos bravos intelectuais. Eu apoio o advogado Pu Zhiqiang!”
Muitos internautas estavam preocupados com a segurança de Pu Zhiqiang, mas disseram ao Epoch Times que ele não recebeu pressão das autoridades.
Jin Zhentao, um comentarista político e social, disse ao Epoch Times que o fato de Pu Zhiqiang não sofrer retaliação violenta rapidamente indica que Zhou Yongkang não é favorecido pelo novo líder chinês Xi Jinping. E foi ainda mais longe ao sugerir que Zhou Yongkang provavelmente “será o próximo a ser caçado”, após Bo Xilai, um ex-membro desgraçado do Politburo e aliado ferrenho de Zhou Yongkang, ser levado a julgamento, o que é esperado para março próximo.
Em outros casos, pessoas que têm escrito contra oficiais foram enviadas para campos de trabalho forçado ou pior. Há alguns meses, antes de Xi Jinping assumir o poder, “o advogado teria provavelmente desaparecido ou haveria a encenação de um suicídio ou mais um episódio de tortura”, disse Jin Zhentao.
Os conflitos entre a facção do ex-líder chinês Jiang Zemin e o grupo encabeçado pelo novo líder Xi Jinping se intensificaram e tudo ficará mais claro com o tempo, segundo Wu Baozhang, ex-diretor do programa de língua chinesa da Rádio France Internationale, falando ao Epoch Times.
Wu Baozhang tem observado de perto a nova liderança em Pequim e disse, “A questão principal é se eles podem romper com os atos errados do governo cometidos nos últimos 30 a 60 anos e cortar os laços com as pessoas que cometeram tais crimes e, especialmente, com esse sistema.”
Se puderem, o Partido Comunista Chinês (PCC) naturalmente se desintegrará e eles poderão avançar. Caso contrário, diz ele, a China terá “sua própria versão da Primavera Árabe”.
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