A visita do presidente russo Vladimir Putin à América Latina em julho costurou, na sua escala na Argentina, um acordo estratégico-militar. É o “Tratado dos Panos e Vinhos” do século XXI. A falida República bolivariana da Argentina oferece carne de gado e trigo como meio de pagamento e a metrópole Eurasiana, Rússia, oferece em troca modernos aviões de caça e bombardeio Sukhoi Su-24. Serão 12 aparelhos no total. As aeronaves possuem um alcance de 3.200 km e devolverão à Argentina a capacidade, caso queira, de fazer incursões aéreas sobre o território inglês.
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Há um movimento de aproximação entre ambos os países desde quando a Rússia forneceu dois helicópteros de ataque Mi17 em 2010.
Pode-se dizer que o acordo é um dos efeitos colaterais da desastrosa política do comunista Barack Obama frente ao assalto da Rússia à Ucrânia. O presidente americano decidiu por ignorar o tratado de defesa que exigia uma intervenção militar da OTAN em defesa do país agredido, preferindo impor ridículas sanções econômicas que foram descritas pelo filósofo Roger Scruton como sendo uma “inocência inacreditável” e “profunda ignorância histórica. As sanções – além de não ter salvado a república ucraniana do estupro euro-asiático – também serviu como elemento catalisador para a aproximação econômica da Rússia com os BRICS (países comunistas ou pré-comunistas) e com outros países periféricos que seguem uma agenda marcada pela ideologia antiamericana, anticapitalista e antiocidental.
Até antes das sanções econômicas a Rússia, por não ter autossuficiência em alimentos, importava cereais, vegetais, carne, laticínios, etc., de países exportadores da Zona do Euro, porém, com as sanções impostas por influência de Obama, a Rússia viu-se impedida de comprar de seus parceiros comerciais tradicionais na Europa de tal modo que foi obrigada a encontrar novos fornecedores. Essa situação foi descrita pelo embaixador iraniano para a Rússia – Mehdi Sanaei – como “novas oportunidades” “sem precedentes na história” para o desenvolvimento de relações comerciais e estratégicas bilaterais. Segundo o embaixador, que também é presidente de um centro de pesquisas para o Irã e Eurásia, apenas o mercado agrícola russo movimenta anualmente até 100 bilhões de reais em importações, um valor – sem sombra de dúvidas – portentoso e que pode ser manejado para cooptar inúmeros países.
O acordo Rússia-Argentina insere-se precisa e perfeitamente nesse contexto. A Rússia fornece equipamento militar e a Argentina, sem dinheiro por ter tido seus cofres dilapidados pela nomenklatura bolivariana, dará o pagamento em produtos agrícolas. Algo semelhante ao que o Brasil fez, na década de 50, na aquisição dos Gloster Meteor (primeiro caça a jato fabricado pela Inglaterra) ocasião na qual o Brasil pagou com algodão.
Já fazia algum tempo que a Argentina procurava uma forma de substituir sua aviação de caça sucateada. Em outubro o ministro da defesa Augustin Rossi havia declarado a intenção de imitar o Brasil e comprar 24 caças da empresa Saab Gripen, porém, o parlamento inglês prontamente vetou tal acordo tendo em vista que alguns componentes do caça sueco são de fabricação britânica e também graças à retórica bolivariana e violenta do governo argentino em relação às “Malvinas (sic)” intensificada sobretudo depois que a Argentina tomou conhecimento de que há petróleo nas águas territoriais das Falklands.
Este avanço da ameaça neo-soviética russa obrigará a Inglaterra a reformular seus planos de defesa para a ilha e para os 3000 súditos britânicos que tem o arquipélago como seu lar há gerações.
Oficiais britânicos declararam preocupação com um “período de vulnerabilidade” tendo em vista que o novo Porta-Aviões Queen Elizabeth, com 65.000 toneladas, e os novíssimos caças F-35B só ficarão prontos em 2020; os SU-24, que possuem capacidade de operar sobre a ilha, chegarão bem antes disso.
Recentemente a guarnição militar inglesa das Falklands foi reduzida em consequência de cortes no orçamento de defesa da Inglaterra. Atualmente defendem a ilha apenas quatro caças Typhoon, mísseis terra-ar Rapier e um contingente inferior a 1200 soldados apoiados por navios de guerra que fazem visitas intermitentes.
Inevitavelmente a Inglaterra terá de fortalecer sua posição no Atlântico Sul frente ao avanço eurasiano no mundo e na América e frente ao desvario delirante da Pátria Grande dos comunistas-bolivarianos que dominam o continente e que ameaçam com totalitarismo genocida os súditos do mundo livre.