Ações judiciais contra Jiang Zemin precisam da atenção do mundo

06/07/2015 07:00 Atualizado: 05/07/2015 21:51

Desde o final de maio, milhares de cidadãos chineses entraram com ações criminais contra Jiang Zemin, ex-chefe do Partido Comunista Chinês. É um movimento louvável, disse o editor de uma publicação chinesa pró-democracia, mas é preciso dar suporte global para garantir a segurança dos peticionários na China.

“Eu apoio fortemente as ações dos praticantes de Falun Gong, especialmente porque foram iniciadas por chineses que vivem na China”, disse Hu Ping em entrevista ao Epoch Times. Hu, 67 anos, é o editor fundador da revista “Beijing Spring [Primavera de Pequim]”, uma renomada revista online que noticia sobre os movimentos pela democracia, justiça social e questões de direitos relacionados na China.

Hu acha que a campanha para processar Jiang ganhará atenção da sociedade chinesa, o que poderá levar a uma onda de insatisfação pública contra a perseguição ao Falun Gong.

Praticantes de Falun Gong, tradicional prática de meditação chinesa, apresentaram uma avalanche de queixas criminais contra Jiang Zemin ao longo dos últimos dois meses. Jiang, líder do Partido Comunista Chinês de 1989 a 2002, está sendo acusado de crimes contra a humanidade e genocídio. Zhang Zhaosen, um praticante de Falun Gong, foi o primeiro, na recente onda de denúncias, a entregar sua petição a um promotor público e sair ileso.

Antes de Zhang Zhaosen, o ato de tentar processar um líder do Partido Comunista Chinês era praticamente impensável, especialmente para praticantes de Falun Gong.

Pouco depois de Jiang Zemin ter iniciado sua campanha para perseguir o Falun Gong, em 1999, dois praticantes apresentaram queixas contra Jiang. Um deles foi torturado até a morte na prisão e o outro ficou mais de cinco anos preso, durante o qual perdeu todos os dentes. A situação agora parece ter mudado.

Agora, os cidadãos chineses estão apresentando queixas-crime contra um poderoso ex-líder do Partido quase sem retaliações – um “fenômeno sem precedentes”, nas palavras de um ex-oficial chinês que desertou da China – as mais altas instituições legais da China estão aceitando as queixas.

Porque ainda é “muito arriscado” aos praticantes de Falun Gong fazerem denúncias abertas na China – estão sendo perseguidos até a morte -, Hu Ping defende divulgar a notícia mais amplamente na China e no exterior para garantir a segurança dos demandantes.

Devido à censura do regime chinês, Hu disse que não são muitas as pessoas na China que estão conscientes de que uma campanha para incriminar Jiang está em andamento. Aqueles fora da China podem ajudar a disseminar notícias através da Internet.

Hu está ciente de que algumas pessoas ainda estão “ecoando as difamações do Partido contra o Falun Gong”, mesmo 16 anos depois do início da campanha de difamação. Em última análise, Hu disse que “a questão é se os chineses têm ou não a liberdade básica de crença e de expressão”. A “flagrante brutalidade” do Partido contra aqueles que sustentam uma fé “deve ser firmemente denunciada por todos”.