Ações chinesas permanecem em baixa

28/09/2012 09:11 Atualizado: 28/09/2012 09:41
Chineses observam os números num painel do mercado de ações em Shanghai, China.

Enquanto os mercados de ações em muitos países aumentaram recentemente, o mercado cotado Classe A na China fez exatamente o oposto há três dias e analistas dizem que o mercado de ações chinês continuará em baixa.

O Federal Reserve dos EUA publicou recentemente o QE3 e empurrou o mercado de ações dos EUA para uma nova alta desde 2007. Em 24 de setembro de 2012, o índice do dia do Shanghai Classe A caiu para 2.005 pontos, criando uma nova baixa em três anos e meio.

O Índice Composto de Shanghai e o Índice Composto de Shenzhen recentemente se tornaram os índices mais pessimistas do mundo. Na sexta-feira, 21 de setembro, o Índice de Shanghai fechou em 2.026,69 pontos, com uma queda semanal de 4,57%, o Índice de Shenzhen fechou em 8.201,53 pontos, com uma queda semanal de 6,16%, marcando a maior queda semanal deste ano, segundo o New Express Daily.

Mais de um trilhão de yuanes evaporaram

O valor total do mercado de ações Classe A nos mercados de Shanghai e Shenzhen caiu 993,34 bilhões de yuanes (157,49 bilhões de dólares). A perda real de mercado excluindo ações recém-listadas este ano é de 1,16 trilhões de yuanes (184 bilhões de dólares). Isto é basicamente o equivalente ao lucro líquido total de todas as companhias listadas no primeiro semestre de 2012, segundo um artigo de 24 de setembro do China Securities Journal.

As dez principais ações Classe A perderam um total de 714 bilhões de yuanes (113,2 bilhões de dólares). Entre os maiores perdedores está a PetroChina Co. Ltd., que registrou um prejuízo de 173,26 bilhões de yuanes (27,47 bilhões de dólares) este ano.

Apesar desses números, o Departamento Nacional de Estatísticas registou um crescimento do PIB da China atingindo 7,8% no primeiro semestre do ano, que é muito maior do que em outros países. Num discurso em 23 de setembro, Zhang Huaqiao, o ex-diretor-executivo da UBS Securities Asia Ltd. disse que o desempenho do mercado de ações da China foi o pior no mundo no ano passado.

Ele também acredita que é o mais caro, pois um grande número de ações têm um índice preço/lucro (IPL) de 10 a 30 e a maioria das IPOs (oferta pública inicial) foram emitidas com IPL de 20 a 30, em comparação com um IPL razoável de 7, segundo Zhang.

Começando de apenas 100 pontos em 1992, o Índice de Ações da China atingiu cerca de 1.000 pontos em 2004 e, no ano seguinte, saltou para 2.000 pontos. Ele continuou a subir até 7.000 pontos em 2007, antes de cair para 2.000 pontos.

Numa entrevista com a NTDTV, Cheng Xiaonong, um economista chinês e ex-assessor do líder chinês deposto Zhao Ziyang, disse que as empresas listadas na China têm, geralmente, má gestão e operação. A maioria delas não paga dividendos.

Cheng disse que as autoridades chinesas também estavam por trás da disparada do mercado de ações em 2007 e muitos investidores particulares foram atraídos a comprar ações na ocasião. Cheng também comentou que ainda não é tão ruim se o índice de ações não cair abaixo de 2.000 pontos.

Por outro lado, Zhang é mais pessimista. Ele estima que 1.000 pontos seria um valor mais razoável.

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