Acadêmicos chineses recebem sete pontos-ordens para ficarem de boca fechada

11/05/2013 00:34 Atualizado: 11/05/2013 00:34
Uma charge mostrando professores sendo silenciados foi divulgada no Sina Weibo junto com sete instruções sobre o que os acadêmicos não podem falar (Weibo.com)

Professores universitários e administradores na China receberam instruções claras recentemente sobre que tópicos de discussão exatamente estão fora dos limites da sala de aula.

Os “7 não comentar”, como têm sido chamados, incluem qualquer discussão sobre “valores universais, liberdade de imprensa, sociedade civil, direitos civis, erros históricos do Partido Comunista, corrupção da elite e independência do Judiciário”, segundo uma postagem amplamente compartilhada no Sina Weibo, uma plataforma de microblogue popular na China.

Os rumores no Weibo foram logo confirmados pelo Diário da Manhã do Sul da China e pela filial chinesa da Deutsche Welle.

O Diário citou Wang Jiangsong, um professor de filosofia do Instituto de Relações Industriais de Pequim, que disse ao jornal que estava ciente da liderança universitária ter recebido uma notificação com ordens para amordaçar os docentes.

Ele disse ao Diário, “O objetivo da presente notificação é simplesmente dizer que como professores devemos ser cuidadosos com o que dizemos.”

Yao Jianfu, um ex-oficial e pesquisador veterano, havia dito anteriormente à Deutsche Welle que fora informado sobre os “7 não comentar” do Partido Comunista Chinês (PCC) por meio de uma fonte no PCC. Os sete pontos eram idênticos aos circulados no Weibo e referidos por Wang Jiangsong.

Yao Jianfu observou que o surgimento da ordem coincide com o 120º aniversário do ex-líder chinês Mao Tsé-Tung, quando este tomou o poder na China. Yao Jianfu também comentou à Deutsche Welle que suspeita que o atual líder chinês Xi Jinping esteja reprimindo a sociedade civil e o discurso livre enquanto prepara uma celebração maoísta em larga escala.

Yawei Liu, diretor do Programa sobre China do Centro Carter em Atlanta, Geórgia, EUA, se referiu às sete diretivas numa mensagem de Twitter, dizendo, “Essa interferência direta na liberdade acadêmica dos professores, essa restrição tão clara e específica sobre o que eles podem ensinar, é a primeira em anos. Mas se eles não podem sequer falar sobre a liberdade de imprensa e os direitos civis, isso ainda é uma universidade?”

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