Nossa Via Láctea e a galáxia em espiral mais próxima, a M31 ou a Galáxia de Andrômeda, passaram agora pela formação da maioria de suas estrelas, de acordo com uma nova pesquisa da Universidade Swinburne de Tecnologia, na Austrália.
Utilizando modelos e comparações com uma multidão de outras galáxias conhecidas, os astrônomos determinaram que a nossa galáxia está no ponto intermediário entre ser uma galáxia azul jovem e uma galáxia vermelha moribunda.
De acordo com o trabalho de pesquisa, a Via Láctea é uma galáxia parecida com um “vale verde”, transitando entre uma galáxia azul jovem e uma vermelha velha.
“Todas as propriedades que observamos apontam para a Via Láctea ter cores globais que nós classificamos como verde; que são meio caminho ao longo de uma faixa evolutiva entre ‘azul com a estrela em formação’ e ‘vermelha e morta'”, disse o coautor Darren Croton num comunicado de imprensa da universidade.
Embora os astrônomos tenham sido capazes de determinar o índice de cores de galáxias distantes, tem sido uma tarefa difícil medir a Via Láctea estando dentro dela.
“Determinar o estado de nossa própria galáxia, enquanto estamos presos nela é muito difícil de fazer”, disse Croton. “A frase, ‘é difícil ver a floresta pelas árvores’ realmente soa verdadeiro aqui”, acrescentou.
Para determinar o índice de coloração da nossa galáxia, os pesquisadores tiveram de simular a evolução do processo de formação de estrelas de 25 milhões de galáxias com dados coletados dos programas espaciais Sloan Digital Sky Survey e Galaxy Zoo. Eles então selecionaram as galáxias que se assemelhavam a Via Láctea em relação à taxa de formação estelar e outras semelhanças, como a massa total de suas estrelas e sua forma.
Mas ainda levará cerca de 1,5 bilhões de anos para que a Via Láctea se torne uma envelhecida galáxia vermelha.
“A formação de estrelas em nossa galáxia continuará a diminuir, mas os interessados no declínio da Via Láctea não precisam se preocupar ainda, a aposentadoria ainda está muito longe”, disse o coautor Simon Mutch no comunicado.
Os pesquisadores esperam outro episódio de formação de estrelas em cinco bilhões de anos, quando a Via Láctea colidirá e se fundirá com a M31, deformando ambas as galáxias no processo.
As descobertas serão publicadas no Jornal de Astrofísica.