A Agência Nacional das Águas e o Instituto Nacional de Pesquisa na China divulgaram em 26 de março um levantamento completo da bacia hidrográfica chinesa; de acordo com as autoridades responsáveis, esse foi o estudo mais abrangente e preciso já feito acerca da situação das águas na China e os dados obtidos são extremamente preocupantes.
De acordo com o estudo, nos últimos 20 anos, 27 mil rios com área de drenagem superior a 100 km² deixaram de existir: foram registrados 22.900 rios remanescentes, em contraste com os mais de 50.000 registrados há duas décadas, mas excluindo-se rios localizados em áreas de difícil acesso e baixa população, que não teriam sido contabilizados em pesquisas anteriores. Ou seja, para os ambientalistas, apesar de 27.000 ser um número assustador, a estatística real seria de 29 a 31 mil rios “desaparecidos” nos últimos 20 anos.
Quanto aos rios remanescentes, o estudo indicou que cerca de 35% destes estão completamente poluídos e sem serventia alguma, enquanto que a porcentagem dos rios cuja água é própria para o consumo humano é ainda mais angustiante, menos de 22%. Além do grande número de detritos tóxicos e resíduos industriais, a superproliferação de algas – fenômeno conhecido como eutrofização – também figura como uma das principais causas da poluição das águas na China, pois o excesso de algas consome o oxigênio na água, matando a fauna aquática; além disso, certas espécies de alga liberam toxinas, tornando a água imprópria para o consumo humano.
Segundo o levantamento, os níveis gravíssimos de poluição são comuns em todas as sete principais bacias hidrográficas da China e a situação vem piorando exponencialmente, apesar das grandes cifras deslocadas para o tratamento das águas poluídas – dezenas de bilhões de yuanes anualmente. O estudo também mapeou todas as estações de tratamento, reservatórios e usinas hidrelétricas e constatou que a eficiência destas instalações está muito aquém do mínimo necessário e mais distante ainda do ideal. Assim, especula-se que grandes esquemas de corrupção estejam desviando as verbas destinadas à preservação ambiental, além de projetos de qualidade e resultados questionáveis. O cenário não inspira qualquer otimismo, tendo em vista que centenas de milhões de pessoas têm como única fonte de sobrevivência esses rios já poluídos ou inutilizados.
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