A resposta da sabedoria antiga chinesa às perguntas eternas do homem

27/07/2012 03:00 Atualizado: 27/07/2012 03:00

O símbolo do Taiji, concepção taoista do universo.Fomos todos uma vez seres iluminados ou deuses, vidas elevadas que desceram uma atrás da outra ao mundo humano para cultivar e regressar?

Provavelmente pela falta de uma resposta firme e simples sobre “de onde viemos” e “para onde vamos”, perguntas que a ciência não pode responder, a humanidade está perdida numa sociedade que se deteriora a cada dia e, consequentemente, tanto os jovens como as pessoas idosas, recorrem cada vez mais a atos irracionais e violentos.

Matanças inconcebíveis como a ocorrida na Universidade de Virgínia Tech nos EUA, em que trinta e três pessoas foram baleadas, poderiam ser evitadas se cada um tivesse claro qual é o propósito real da vida, que não é nem a riqueza, nem a alegria, nem o progresso tecnológico, nem demais metas que conduzem à avareza, inveja, desejo de poder, etc., os quais, por sua vez, são os fatores que culminam nos sofrimentos da violência entre pessoas ou entre países e todo tipo de males; inclusive nem sequer o amor é digno de ser o propósito da vida humana. Se o homem soubesse que este mundo é meramente um passo em que tem de esforçar-se para alcançar algo grandioso e infinito, isto o ajudaria a valorizar todas as vidas, a própria e a de cada pessoa. Assim, o mundo humano certamente seria pacífico e vazio de agressividade e violência.

Descobrimos que a cultura da antiga China responde este ponto e, além disso, nos fornece uma meta maravilhosa para alcançar. Por esta razão, o Epoch Times dedica um capítulo especial às questões existenciais do ser humano desde uma perspectiva nutrida por cinco mil anos de cultura e sabedoria chinesas. Vale enfatizar que, apesar da violenta aniquilação desta antiga cultura pelo Partido Comunista Chinês nos últimos 63 anos, esta cultura que sempre se acreditou tradicionalmente ter sido transmitida pelos deuses, o espírito que resultou desta crença segue no coração do povo chinês e dos povos das regiões vizinhas. Ao compartilhar esta sabedoria com nossos leitores, tenho a esperança de que este “conto chinês”, que é na realidade a verdadeira sabedoria antiga, possa conduzi-los a um discernimento sobre o propósito da vida humana na Terra, discernimento que em maior escala resultaria certamente em um diferente rumo para o desenvolvimento humano e um valioso enriquecimento do significado da vida terrena.

A Criação

Não importa quantas culturas há do mundo e não importa quão longe estejam uma das outras, todas têm uma história em comum: Deus criou o homem. A cultura chinesa também ensina que há muito, muito tempo, o homem foi criado na Terra à imagem de Deus. Tal criação foi realizada não somente uma vez, mas sim em distintas épocas. Dado que esta antiga crença contempla a existência de múltiplos e infinitos deuses, diferentes deuses criaram o homem à sua imagem, e, portanto, surgiram as diferentes raças de seres humanos.

Mas por que os deuses criaram o homem à sua própria imagem? Um ensinamento que responderia esta pergunta poderia estar divulgando um segredo celestial, pois é algo que o homem não sabe e inclusive, por se encontrar em uma sociedade ilusória, não iria acreditar. Esta ignorância, com o tempo, fez que o homem acreditasse mais e mais na ciência e nas coisas que somente podem ser vistas com os olhos físicos.

A deterioração do cosmos

O cosmos consiste em infinitas camadas, níveis ou dimensões cheios de vidas. Desde antes da criação do homem, em tempos remotos, existe no cosmos inteiro o Fa ou Tao (a Lei ou Caminho) para todas as vidas, que inclui a lei do ciclo de formação, estabilização, degeneração e destruição. Quando o cosmos inteiro chegou finalmente ao fim da etapa da degeneração, muitos deuses nas distintas camadas viram o terrível resultado que ocorreria na última devastação: a destruição. Estes deuses estavam muito preocupados; todos queriam salvar a si mesmos.

Eles estabeleceram os “Três Reinos” e escolheram a Terra para começar a limpar o universo. Neste espaço dos “Três Reinos” existem as vidas que não são deuses (os humanos e outros tipos de seres). Os seres iluminados (em chinês, são chamados de Fo; palavra que provém do vocabulário hindu “Fo Tuo”, “ser iluminado”), ou deuses, existem em uma infinita escala de níveis elevados e possuem capacidades que o homem não tem. Estas vidas criaram o homem na Terra, como um elemento de suma importância para realizar seu plano: salvar o cosmos da destruição definitiva.

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 ''O Juramento''. (Chen Xiaoping/The Epoch Times)

O plano de salvação, a preparação do homem

Quando o ser humano foi criado pela primeira vez na Terra, era assim: não tinha dentro de si substância alguma, não tinha muita resistência e seu conceito e entendimento das coisas nesta dimensão era incompleto; era meramente um acumulado de nervos. Escravo de seus impulsos, enchia-se quando tinha fome, chorava e até era capaz de morrer quando estava triste e ria até a histeria quando estava contente. Não tinha a capacidade de compreender o cosmos e todas as coisas no mundo humano, ou de entender como a vida se manifesta. Faltava-lhe a capacidade de resistir às mudanças no mundo porque não tinha ideias formadas e não podia entender ou adaptar-se ao cosmos, a Terra ou ao mundo natural.

Então, como aquele homem atuaria? Ao ocorrer-lhe coisas que o fizessem feliz, correria e subiria em uma árvore, rindo às gargalhadas sem cessar, rindo tão histericamente que daria medo. Ao ocorrer-lhe algo triste e doloroso se esconderia na terra e este estado não passaria por vários dias. Ao se deparar com algo que o irritasse, daria vazão à sua fúria sem se preocupar com as consequências. Morreria de felicidade, raiva, tristeza ou alegria. O fato de as pessoas poderem atuar de maneira diferente, sem que entrem em pânico ao encontrar-se com qualquer coisa, e que possam manter-se serenas e calmas, pensar racionalmente e inclusive ter criatividade, é o resultado dos deuses terem criado intencionalmente as bases para o pensamento e o comportamento dos seres humanos ao longo da história, durante um período de tempo incrivelmente longo.

Sendo assim, as pessoas tiveram que passar por um processo longo para enriquecer e refinar gradualmente sua mente humana e obter substância e resistência. Isto não era algo que podia ser feito em tempo curto, sendo assim, transcorreram milhões de anos. No processo, a capacidade do homem para entender o mundo foi sendo criada continuamente, e tal processo continuou até cinco mil anos atrás. Ao chegar ao período dos últimos cinco mil anos, uma normalização sistemática da mente humana começou para que pudessem aceitar conceitos complexos.

Quase sem exceção, todos os povos antigos acreditavam que a vida não termina e não se limita a viver só umas décadas na Terra, porque a vida é infinita, e a reencarnação, no plano divino da salvação do cosmos, é para que o homem tenha suficiente tempo para melhorar-se e desenvolver-se. Depois da morte terrena, retorna-se para diferentes níveis no céu – sempre dentro dos “Três Reinos” – onde se espera o tempo necessário para voltar a reencarnar-se na Terra, nascendo na matriz de uma mulher; desta maneira, o homem se melhora a cada vida. Portanto, uma pessoa não sabe quantas mães nem quantos pais teve nas vidas terrenas. O filho na outra vida pode ser a mãe nesta vida; ou o vizinho de três vidas na Europa ou na África, nesta vida é o cunhado ou a mulher em outra. A rede de predestinação é muito complicada e segue a lei de retribuição de: “bom para o bom e mau para o mau”.

O forjamento do homem

Então, a história da sociedade humana se apresenta como uma obra de teatro, e o cenário desta obra teatral se encontra no lugar que hoje se chama China. Há mais de dois mil anos, quando o homem já estava preparado para aprender mais, começaram a baixar na Terra diferentes deuses para ensinar e forjar os seres humanos. Podemos dizer então que, após descerem, seres iluminados como Sakyamuni, Lao Zi e outros, tanto no Oriente como no Ocidente, desceram e deixaram seus ensinamentos em regiões específicas sobre o que é a fé, a lealdade, a confiança, a coragem e a moral e o que significa o cultivo espiritual do homem. Seguindo os ensinamentos destes diversos grandes seres celestiais que baixaram à Terra com esta missão, a espiritualidade do homem foi se enriquecendo. Em todo o globo, o homem se desenvolveu na base da fé no divino.

O segundo passo da história da humanidade: a descida dos grandes seres

Chegou o momento, então, em que o plano de salvação das vidas elevadas começou. O mundo terreno cumpre a função de uma escola. As vidas superiores que haviam se corrompido deveriam baixar a Terra para ali purificar seu ser e depois ascender novamente. Pela purificação que se realiza em meio ao nascimento, o envelhecimento, as doenças e a morte – que é paralelo à formação, à estabilização, à degeneração e à destruição do cosmos – cada ser humano deve passar, seja rico ou pobre, homem ou mulher. Atravessar os sofrimentos na vida terrena é para melhorar-se e limpar-se, esperando o dia de retorno à origem e à verdade. O propósito já mencionado para a vida terrena é o tema central desta obra de teatro, e as ocorrências nas vidas de todos os seres conscientes gira ao redor deste tema central. A Terra é como um hotel onde se permanece somente por um curto tempo e depois se tem de sair.

Iniciou-se assim uma descida massiva de seres celestiais, passando por camadas e camadas de universos e em cada camada assumindo a forma de vida desta camada. Quando chegaram à dimensão das partículas que compõe a Terra. Os seres humanos foram postos nestes “abrigos” que são os dos primeiros homens. Ao morrer, os primeiros homens deixaram de se reencarnar e seus espíritos principais permaneceram em certo espaço dentro dos “Três Reinos”.

Sendo assim, os corpos carnais daqueles primeiros seres humanos foram dados a estes seres divinos que baixaram ansiosamente à Terra. Os seres divinos são representantes de corpos cósmicos muito distantes, representam incontáveis seres conscientes dali e vieram aqui para formar relações predestinadas. Ao formar uma relação predestinada em uma dinastia, deixaram para trás a cultura que trouxeram consigo. Depois que formaram sua relação predestinada, na próxima vida, reencarnaram em outras regiões – as quais mais adiante se converteram em diferentes países – para esperar o dia do fim da obra. Cada dinastia foi assim, e cada grupo étnico no mundo baixou e reencarnou uma vez nesta região chamada “Zhong Guo”, o “Reino Central” (China). Depois, se reencarnaram em lugares onde ainda havia terras indomadas. As pessoas, assim, se reencarnaram espalhando-se por todo o mundo. Então, se há aqui algo de verdade como sugere este conto chinês, entre os humanos sobre a Terra “uma vez fomos uma família”.

A descida dos seres foi um dos atos do espetáculo desta longa obra teatral, que começou com a criação do homem; foi o primeiro ato. A segunda parte começou com as dinastias na China, depois de Huan Di, o lendário imperador, a cerca de 2.600 anos, considerado o primeiro ancestral da civilização chinesa. É como uma cortina que se abre, e os pertencentes de uma dinastia começam a atuar; quando chega o final de tal dinastia, a grande cortina se fecha; em seguida, se abre outra vez, com uma nova dinastia no cenário que substituiu à anterior.

Dinastia após dinastia, uma após a outra, os seres iluminados vieram em fila desta maneira, formaram relações predestinadas, deixaram para trás histórias e legaram as culturas herdadas pela humanidade, atuando em uma cena após a outra.

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''Lorde Buda''. (Zhang Cuiying/Zhangcuiying.net)A chegada de um novo Fa

Durante milhões de anos, os deuses realizaram cuidadosos arranjos sobre a Terra, um após o outro, com a esperança de poder mudar o destino da aniquilação final; mas os deuses deste velho cosmos se esqueceram de que o cosmos havia se desviado a muito tempo das características do universo, que deve ter unicamente a verdade, a misericórdia e a grande tolerância; sendo assim, nenhum arranjo poderia separá-los daquele destino de destruição. Desta maneira, as pessoas sobre a Terra, durante todo o longo período de desenvolvimento da humanidade, absorvidas com os conflitos e os combates que foram atuados em detalhes nesta obra teatral, lentamente se esqueceram de qual é a realidade, o tema central da obra, se esqueceram de qual é o propósito da existência humana.

O terrível é que com este corpo carnal e estes dois olhos carnais compostos de moléculas, não é permitido ao homem ver esta verdade e todos aqueles que decaíram tem de retornar na cegueira. Através de milhares de anos de reencarnações, do tempo de vida após vida, distraídos com as intrigas e a violência do mundo humano, gradualmente, todos os grandes seres que desceram se perderam no mundo dos mortais. Durante a espera, cometeram ações negativas inconscientemente e se fundiram no mundo humano de avareza, do egoísmo, da luxuria, do ódio, da mentira e das matanças, esquecendo-se de onde vieram; e como consequência, já não tem claro o caminho de retorno.

Mas também desceu o grande Senhor dos Deuses. Ele, durante todo este tempo, tem estado esperando o último ato do plano para realizar a salvação verdadeira. E ainda há aqueles que não se esqueceram do propósito da vida humana; eles lutam contra a maldade para manterem-se retamente no caminho de retorno, enquanto buscam por todo o mundo a todos aqueles que se perderam para despertá-los.

O novo Fa

O extraordinário e misericordioso grande Senhor dos Deuses, o grande Mestre, um Deus desconhecido por todos os demais, também desceu a Terra como homem. Mas já desde antes, Ele sabia que para realizar a salvação efetiva, tinha de aperfeiçoar as regras e as normas do cosmos e criar para os incontáveis e colossais firmamentos um novo Fa, uma nova Lei do cosmos com sabedoria e princípios que harmonizassem e que nunca mais desaparecessem. Ele valoriza as vidas originais do cosmos e por isso decidiu descer pessoalmente desde o zênite do colossal firmamento, baixando nível após nível para retificar o Fa do Cosmos no lugar mais baixo, a Terra…

Mas Ele sabia que no momento do inicio da retificação da Lei do Cosmos, certamente haveria interferência da maldade do universo, que também tinha baixado ao mundo humano. Antes de baixar, Ele perguntou aos incontáveis deuses “Quem me seguirá abandonando a gloriosa auréola divina e baixará ao mundo humano para retificar o Fa do Cosmos no último período da humanidade?” Nesse momento os deuses titubearam. Eles sabiam claramente que, sem exceção, desde a antiguidade até o presente, nunca uma vida que desceu no mundo humano havia regressado.

Mas um grupo de deuses deu um passo adiante. Eles se ajoelharam frente ao grande Mestre e assinaram um juramento divino. Deuses e incontáveis seres no céu derramaram lágrimas de emoção e admiração e puseram suas imensuráveis esperanças nestes seres iluminados, pedindo que eles que voltassem e os salvassem. Antes de partir, imploraram entre eles mesmos que quando a retificação do Fa do Cosmos começasse, se algum deles se perdesse entre os humanos, teriam de despertá-lo sem falta e indicar o caminho para casa. Então, vieram ao mundo humano estas vidas elevadas, uma atrás da outra, baixando camada por camada, e finalmente nasceram como seres humanos.

Uma dinastia de imperadores, uma dinastia de indivíduos, dinastia após dinastia estabeleceram relações predestinadas, caminharam até o último ato guiados pelo grande Mestre. Começando sobre o cenário de Zhong Guo, a “Terra do Centro” (que depois de longo tempo passou a chamar-se de China), os seres iluminados que baixaram ao mundo humano criaram a história humana e estabeleceram a cultura para que as pessoas pudessem entender o Fa do Cosmos. Depois, reencarnaram-se por todo o mundo, substituíram os primeiros homens criados e, assim, gerações após gerações até o dia de hoje, todos no mundo humano baixaram do céu: assim sendo cada um de nós foi uma vez um grande deus…

A história, então, chegou até hoje e, segundo profetiza a sabedoria chinesa, todos viemos originalmente do céu. Alguns caíram, outros vieram com missões: uns com o objetivo de melhorar-se e aos outros, provenientes de mundos imensos e longínquos em estado de deterioração, vieram para retificar a si mesmos e por sua vez a seus mundos. Até os grandes senhores e os grandes reis do céu necessitam passar por uma limpeza sobre a Terra e vieram como representantes de seus mundos para ajudar a salvá-los. O dia em que o homem realmente puder voltar será o último ato desta obra teatral.

Todos os planos devem ter um final; estamos vivendo no último período deste plano e quando chegar o final, todas as vidas serão julgadas para ver se podem voltar ou não; haverá um grande reordenamento do cosmos e do mundo humano e será um novo Cosmos.

E os seres iluminados que baixaram com solenidade regressarão com glória. Camadas sobre camadas de vidas no novo Cosmos lembrarão e agradecerão para sempre a vasta bondade da retificação do Fa do Cosmos que foi concluída sobre a Terra. Quando acontecerá este grandioso espetáculo? Isto não está dito, mas se acreditamos neste relato, devemos esperar que ocorra o mais breve possível, pois até que ponto poderá continuar deteriorando-se o comportamento humano pelo fato de haver se esquecido do verdadeiro significado desta vida sobre a Terra?