A quarta dimensão: Os experimentos mais controvertidos sobre o tempo

05/06/2012 00:00 Atualizado: 06/08/2013 20:20

O tesserato ou hipercubo é o análogo do cubo na quarta dimensão. (Robert Webb's Great Stella software)Quanta verdade há em nossa incapacidade de manipular o tempo? Possivelmente, todos já escutaram histórias de ficção científica sobre máquinas do tempo que fazem seus protagonistas retornarem ao passado ou conhecerem o futuro

“Besso me adiantou algo sobre abandonar este estranho mundo. Não há a menor importância. Para nós, físicos convictos, a distinção entre ontem, hoje e amanhã não é mais do que uma ilusão.”

A frase anterior é o extrato de uma carta escrita nada menos do que pelo físico mais popular da história moderna, Albert Einstein, para a família de um colega recém-falecido. Não é para menos que se cite Einstein quando se fala do tempo, já que foi o homem que tornou usual o conceito de “tempo” como quarta dimensão.

Alguns anos depois do relativismo (teoria postulada pelo físico em questão) se tornar público na segunda década do século passado, os cientistas começaram a tomar o tempo como uma dimensão indefectivelmente unida às três dimensões espaciais que já conhecemos. Com isto se quer dizer que toda a comunidade científica abandonou a ideia de tempo como uma simples circunstância ou algo ideológico, para inscrevê-lo dentro da materialidade. Então, como se poderia representar graficamente esta “grande malha cósmica”? Não é tão difícil se entendemos que estamos continuamente nos deslocando por aquela dimensão. Inclusive quando estamos sentados, dormindo ou completamente imóveis. Até uma rocha “anda”, continuamente, no tempo. Geralmente, nosso corpo se move na direção espacial que nós lhe ordenamos. Apenas no âmbito da ideia é que consideramos estar quietos dentro deste espaço físico que conhecemos. Porém, por mais esforços que você faça para quedar-se estático, o tempo o levará sem pressa, porém sem pausa, numa determinada direção que você não pode perceber. É como ir dentro de um carro numa ladeira sem poder fazer nada para deter o avanço do carro.

Porém, quanta verdade há em nossa incapacidade de manipular o tempo? É possível que todos já tenham escutado histórias de ficção científica sobre máquinas do tempo que fazem seus protagonistas voltarem ao passado ou conhecerem o futuro. De fato, os físicos têm buscado desde o século passado uma forma de romper com a constante que faz a humanidade permanecer sempre atada ao presente. A verdade é que o resultado esperado de muitos experimentos na área tem sido mínimo, quando não, nefasto. Também houve fraudes. Talvez chegue o dia em que o homem possa deslocar-se ao seu bel prazer pelas distintas épocas da história ou, talvez, nunca possamos manipular o tempo.

Apesar da distante, porém sonhada, tarefa de construir uma máquina do tempo, existe outra possibilidade que muitos cientistas têm arriscado expor, a que a consciência do homem possa dar uma olhada no passado ou no futuro. Estas capacidades são conhecidas como reais dentro do mundo da paranormalidade há décadas, com o nome de “precognição” e “retrocognição”, que são as capacidades de “ver o futuro” e “ver o passado”, respectivamente.

Para compreender melhor esta capacidade tão polêmica que algumas pessoas parecem possuir, tomemos um exemplo clássico: imaginemos que vivemos num universo bidimensional, tal como uma folha de papel, em que o nosso deslocamento possa realizar-se apenas dentro desta folha e não possamos sair dela. Porém, suponhamos que esta folha (o universo) pudesse deslocar-se de forma vertical, como ao longo de um túnel quadrado. Sendo assim, quanto mais se desloque a folha num dos sentidos, mais adiante nos encontraríamos no tempo e quanto mais se fosse em sentido contrário, mais jovens seríamos.

Provavelmente, devido a que nos encontramos dentro de um plano, seria muito difícil imaginar uma “terceira dimensão” na qual se encontra o tempo. Porém, um observador universal que pudesse colocar-se distante desta cena poderia apreciar não apenas uma folha (universo) deslocando-se ao longo do túnel, mas talvez uma dimensão francamente sólida com forma de túnel, como se a folha que se deslocasse estivesse presente em cada trecho de seu percurso, tanto no passado, como no presente e no futuro. Com isto se quer dizer, uma pilha de folhas verticais tão fortemente unidas como se fossem uma só coisa: “um tempo sólido”. Então, uma pessoa seria como um ponto inserido num enorme tubo de gelatina, num plano chamado “presente”. Justo um ponto adiante desta pessoa se encontra outra pessoa (ela mesma), inserida num plano (outra folha) chamado futuro. E, seguindo a lógica, a mesma pessoa se encontra num ponto atrás, no plano chamado “passado”.

Voltando ao observador cósmico, aquele que pode ver as coisas a partir de fora, ele poderia ver facilmente a vida inteira de uma pessoa, já que o passado da pessoa existiria simultaneamente com seu futuro. Na realidade, não se poderia dizer onde começa seu passado ou seu futuro, porque tudo seria uma mesma coisa. Fazendo um esforço exagerado, uma pessoa talvez pudesse modificar pequenas coisas em sua vida, o que significaria modificar esta gelatina em que está imersa, porém, obviamente, não poderia modificar os grandes eventos que estão mais adiante, porque o destino estaria escrito. Se o observador cósmico pudesse distanciar-se ainda mais, poderia ver como se sucedem gerações humanas. Se acaso se distanciasse ainda mais, talvez pudesse ver o auge e a decadência de uma sociedade inteira, da humanidade, ou grandes mudanças cósmicas como o nascimento e a morte de galáxias.

É muito difícil que nosso corpo humano rompa o tecido espaço-temporal, porém muitas pessoas afirmam poder ver uma dimensão na qual o passado e o futuro coexistem.

Ou seja, suas consciências, às vezes, podem atuar no rol destes “observadores cósmicos” dos quais falamos. Apesar de tudo, não podemos afirmar categoricamente que a gelatina temporal não possa alterar-se. A máquina do tempo de Chernobrov e muitos outros experimentos, dos quais se puderam extrair escassos dados, tiveram como fim ultrapassar a barreira do tempo. Alguns deles lograram seu intento? Até o momento não o sabemos com certeza. Talvez não seja possível que uma partícula material viaje de um ponto a outro da dimensão na qual o tempo é uma constante.

Os cientistas afirmam que isto é apenas possível quando esta partícula tenha superado a velocidade da luz em seu deslocamento. Porém, como a teoria da relatividade explica, existe o inconveniente de que a velocidades próximas à da luz, um objeto incrementaria tanto a sua massa (começaria a adquirir tamanho como um globo elástico que se enche de água) que seria impossível que alcançasse a barreira da luz. Claro que o engenho humano nunca para de desafiar as normas do Céu: há muito tempo a astronomia tem proposto que se podem percorrer distâncias astronômicas num abrir e fechar de olhos mediante o uso de algumas deformações do espaço-tempo que existem no espaço sideral, chamadas “buracos de minhoca”. Porém, claro, esta é uma história “futura”.

A máquina do tempo de Chernobrov

O cientista russo Vadim Chernobrov e sua equipe levaram a cabo vários experimentos relacionados com máquinas do tempo, para as quais usavam dispositivos de bombardeio eletromagnético. Chernobrov começou com seus projetos em 1987 e chegou a alterar levemente o tempo mediante um impacto magnético especial. O maior retardo de tempo foi de um segundo e meio dentro de uma hora de operação da equipe em laboratórios.

Em agosto de 2001, Chernobrov criou um novo modelo de máquina do tempo num bosque próximo a Volvogrado, Rússia, que funcionava com baterias de automóvel, mesmo que possuísse baixa capacidade. Ele registrava a mudança de tempo com osciladores de cristais simétricos e lograva alterar o tempo em uns 3% no período em que funcionava. Chernobrov e seus colaboradores permaneceram várias vezes no campo de influência da máquina. O investigador russo disse que neste campo de ação, ele e seus colegas sentiam vida “aqui” e “lá” ao mesmo tempo, como se se desenrolasse algum espaço extra. Também disse “não posso descrever as emoções insólitas que experimentamos em tais momentos”.