Último dia da Exibição Internacional de Arte Verdade Benevolência Tolerância no Conjunto Nacional
SÃO PAULO – A Arte é o meio mais poderoso para a expressão humana e é a linguagem que toca a todos. Mas será a arte poderosa o suficiente para provocar uma mudança que beneficia a humanidade?
Esta é uma questão que surge ao ver a Exibição Internacional de Arte Verdade Benevolência Tolerância, que fica até hoje no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista. As pinturas retratam não apenas um contraste entre o bem e o mal, mas também revelam um olhar mais profundo sobre a psique humana.
Muitas das pinturas destacadas da exibição revelam as experiências em primeira mão dos artistas, que testemunharam a perseguição contínua de praticantes de Falun Gong na China. Falun Gong ou Falun Dafa é um qigong e meditação com base nos princípios da verdade, compaixão e tolerância.
Outras pinturas na amostra oferecem um olhar da beleza interior e da força da prática de meditação com base nas experiências dos artistas. Por isso, esta exposição tem sido chamada de “arte que desperta a alma”.
Perseguição denunciada
Muitos visitantes da exibição não conheciam a realidade da perseguição ao Falun Gong na China. E muitos, nem mesmo conhecem o que é Falun Gong.
A funcionária do consulado, Dulce Vivas Brovelli, 58 anos, é uma exceção. Pelo fato de já ter assistido reportagens há algum tempo, em que os chineses batiam e arrastavam de forma violenta os praticantes da meditação, Dulce se interessou e foi conferir os quadros.
“Temos que recriminar o que promove a violência e incentivar a bondade, e não o contrário”, disse. “Tudo o que recrimina a paz tem que ser denunciado”, completa.
Hiperrealismo
O gênero das pinturas da Exibição se trata do hiperrealismo – que se assemelha à arte fotográfica em alta resolução. Além disso, é uma arte que recupera o estilo clássico renascentista, e se destaca pela inclusão de figuras divinas nas composições.
“É impressionante como todos [os quadros] são hiperrealistas”, disse o arquiteto Hugo Canuto. Ele achou interessante como a arte na exibição é usada como forma para retratar uma realidade que está acontecendo na China.
A estudante de medicina, Caroline Kleie, 27 anos, desconhecia a perseguição e ficou sabendo disso por meio da exibição. Após ter visto os quadros saiu de lá com uma mensagem: “É preciso ter liberdade de expressão”, disse. Ela ficou impressionada com a realidade das pinturas, que parecem fotografias.
Aberta ao público
Em todo mundo a Exibição tem sido vista em mais de 800 amostras em 50 países, tanto em espaços públicos, como em museus e galerias.
O empresário Bernardo Castello Branco, 46 anos, visita frequentemente galerias de artes em São Paulo e gostou da Exibição quando a viu ontem (31) no Conjunto Nacional. “O espaço é legal, porque é público e de passagem. O ambiente é propício para exposições. Às vezes as pessoas se sentem inibidas para entrar em uma galeria”, afirma. Ao comentar sobre os quadros, o empresário disse: “Gostei (…). Achei que é uma exibição política. Aliás, tudo é política (…). Não apenas é política, como é uma política contundente e não deixa de ser perturbadora, além de mexer com as emoções”.
Maior exibição no Brasil
Dentre as apresentações que a Exibição Internacional de Arte Verdade Benevolência Tolerância realizou de 2011 até agora no Brasil, esta é a que atingiu maior número de visitantes, segundo os organizadores da Associação Falun Dafa no Brasil.
“O público estimado é de cerca de 50.000 pessoas, sendo 15.000 pessoas fixas, que trabalham no local, e 35.000 pessoas circulantes”, disseram os membros da Associação do Falun Dafa no Brasil.
Depoimentos
No livro de visitas ao final da Exibição, os visitantes deixaram mensagens que reproduzem o que sentiram ao ver a Exibição. Seguem alguns depoimentos.
“Linda exposição. Paz para o corpo. Paz para a mente. Paz para o espírito”
Roberto Alvez
“Essa exposição deve seguir para que o mundo tome conhecimento das atrocidades do desenvolvimento chinês”
Paulo Negrão
“Parabenizo a exibição não apenas pela beleza e riqueza das obras, mas também pelo caráter de protesto da exibição, que nos mostra uma face cruel e altamente opressora da China, que a mídia é impedida ou não tem direito de mostrar. É difícil de acreditar que em pleno século XXI exista esse tipo de tratamento humano, esse tipo de governo comandando um país. É muito bom disseminar esse conhecimento. Quanto mais o mundo souber, mais poderá fazer algo para que isso tenha fim”
Viviane Silva
“É um absurdo que isso ainda exista desde 1999 até hoje. É impressionante que o preconceito ainda exista. Lindíssimo trabalho, obrigada por compartilhar”
Sabrina Meire