A história de Chung Ting-pang

02/08/2012 03:00 Atualizado: 02/08/2012 03:00

Cerca de 3.000 praticantes do Falun Gong se reuniram no Bulevar Ketagalan em 23 de julho para pedir ao presidente de Taiwan, Ma Ying-jeou, que tome medidas para resgatar Chung Ting-pang. (The Epoch Times)A prisão do cidadão taiwanês Chung Ting-pang na China no mês retrasado provocou uma campanha internacional de sua família que teme por sua segurança.

O engenheiro de 53 anos de idade desapareceu enquanto visitava parentes no continente. Chung pratica o Falun Gong, uma disciplina espiritual que é proibida e intensamente perseguida na China, mas que é livremente praticada por muitos em Taiwan. Os princípios orientadores do Falun Gong, também conhecido como Falun Dafa, são a verdade, a compaixão e a tolerância.

Chung Ch’eng Wang, o pai de Chung Ting-pang, desejava que seu filho fizesse grandes contribuições a seu país e, assim, lhe nomeou Chung Ting-pang. Os caracteres chineses “ting pang” (ou “ding bang” em pinyin) se referem a uma expressão que significa, “tornar-se a espinha dorsal da família e do país”.

Na verdade, Chung parece ter naturalmente seguido o caminho que seu pai lhe desejou.

Quando criança, Chung foi um dos primeiros estudantes no ensino fundamental e médio. Ele se interessava por mecânica e gostava de desmontar relógios, despertadores e rádios em casa e em seguida remontá-los. No colégio, Chung se encantou pela trompa francesa e passou a maior parte de seu tempo tocando na banda da escola. Então, ele foi aceito na faculdade para estudar engenharia de controle, mas nunca esqueceu sua paixão pela música clássica e pela mecânica, montando até mesmo suas próprias caixas de som. Após a formatura, ele cumpriu o serviço militar obrigatório e, em seguida, voltou à escola para se graduar em engenharia de controle na Universidade Nacional Chiao Tung (NCTU).

Como filho mais velho da família, Chung também cuidou muito bem de seus irmãos, ajudando-os a estudar para o ensino médio e vestibular.

Chung Ai, filha de Chung Ting-pang, faz um discurso num evento de 23 de julho. (The Epoch Times)Como a maioria dos graduados da NCTU, Chung obteve emprego numa grande empresa, trabalhando no Parque Industrial de Ciência de Hsinchu, apelidado de Vale do Silício de Taiwan. Mais tarde, ele e seus colegas começaram seu próprio negócio e desenvolveram controladores de automação industrial. Como um talento que tem contribuído para a tecnologia da indústria da informação de Taiwan, um dos maiores e mais importantes setores da economia da ilha, pode-se dizer que Chung, de fato, satisfez o significado de seu nome.

Mas as responsabilidades de Chung por sua família não se limitavam apenas a Taiwan, elas se estendiam através do estreito.


O pai de Chung nasceu no condado de Nankang, província de Jiangxi, e foi um dos muitos jovens educados que responderam ao presidente do governo Kuomintang (KMT), o chamado de Chiang Kai-shek para se juntar ao exército e lutar na Guerra Sino-Japonesa. Em 1949, quando os comunistas tomaram a China, o pai de Chung fugiu para Taiwan com o governo KMT. O pai de Chung deixou para trás sua esposa e dois filhos na China.

Depois de anos de permanência em Taiwan e sabendo que não seria capaz de retornar, o pai de Chung se casou novamente e começou uma nova família. Chung Ting-pang nasceu.

Eventualmente, o pai de Chung foi capaz de secretamente organizar uma reunião em Hong Kong com sua primeira esposa, onde ele soube que seus filhos já tinham começado suas próprias famílias. Assim, quando viajar foi finalmente permitido para aqueles com parentes através do Estreito, o pai de Chung foi capaz de fornecer apoio financeiro para sua família na China.

No entanto, o pai de Chung ficou doente com um fígado rompido em 1997. Em seu leito de morte, Chung prometeu ao pai que cuidaria de seus parentes na China em seu lugar. Ele frequentemente viajava ao continente para visitá-los.

Em 2001, Chung começou a praticar o Falun Gong. Devido a preocupações com segurança, ele parou de viajar ao continente a partir de 2003.

Mas quando os parentes de Chung no continente sucessivamente prorrogaram convites de visitá-lo, Chung sentiu que não poderia desobedecer a vontade de seu falecido pai e, finalmente, embarcou numa viagem à cidade natal de seu pai em 15 de junho. Em 18 de junho, Chung se preparava para voar de volta para Taiwan no Aeroporto Ganzhou. Quando estava na alfândega, autoridades locais chegaram para prendê-lo. Quando seus parentes perguntaram ao gabinete de segurança nacional, souberam que Chung foi preso para “ajudar numa investigação sobre o Falun Gong”.

Em 26 de junho, a mídia estatal chinesa Xinhua anunciou em seu website que Chung foi preso por enviar equipamentos utilizados para interromper as transmissões de rádio e televisão e “incitar os moradores do continente a destruírem instalações de transmissão”.

Milhares de fitas de seda amarela penduradas no Bulevar Ketagalan em 23 de julho. Chung Ai, filha de Chung Ting-pang, escreveu numa fita, ''Pai, eu o resgatarei de volta para casa.'' (Lin Shijie/The Epoch Times)Sem acesso a um advogado ou qualquer contato com o mundo exterior, Chung foi acusado deste crime, isso é uma clara violação dos direitos humanos básicos. Mas Chung não é apenas inocente, ele é verdadeiro defensor da justiça.

Nas sociedades democráticas de hoje, a informação livre é a chave para permitir que cidadãos exerçam seus direitos constitucionais. Mas sob o regime autoritário da China, nenhum direito é garantido ao povo. Assim, os esforços para romper o rígido controle da informação do Partido Comunista Chinês permitem que o povo chinês compreenda a verdade.

Por exemplo, um software criado pelo ‘Consórcio Global de Liberdade na Internet’ tem permitido aos cidadãos chineses do continente vencerem o boqueio da censura e acessarem informação no mundo livre.

A Voz da América, a Rádio Free Asia e outras redes de televisão também estão transmitindo informação livre para a China.

Então, se Chung tem efetivamente tentado romper o bloqueio da informação da China através da interceptação da transmissão, não são suas ações corajosas e justas correspondentes às mencionadas acima?

Não sabemos se Chung Ting-pang de fato interceptou sinais de televisão por satélite e transmitiu fatos sobre o Falun Gong e sobre a perseguição na China continental, mas suas ações têm ajudado a expor uma campanha brutal que já matou milhares e permitido que dezenas de chinesas entendam a verdade por trás da propaganda difamatória do Partido Comunista contra o Falun Gong.

Desta forma, Chung está lutando pelos direitos humanos básicos de todos os cidadãos chineses, fazendo jus à missão que lhe foi concedida de “tornar-se a espinha dorsal de seu país”.