A família tradicional chinesa

20/04/2012 00:00 Atualizado: 20/04/2012 00:00

Um vaso cerimonial de bronze para cozinhar. Este vaso possui inscrições recordando que o Rei de Zhou deu um feudo a Shi You, ordenando que ele herdasse o título assim como a terra e o povo que nela vivia. Dinastia Zhou do Oeste (1046-771 a.C.). (Wikimedia)

As regras básicas de descendência patriarcal e de nome, a exogamia, a prática de venerar e fazer sacrifícios para os antepassados e o valor moral da lealdade filial foram regras bem estabelecidas na China já no fim do período Zhou

A família chinesa, segundo descrita na História da Pedra (de Hong Lou Meng, da Dinastia Qing), é o resultado de uma longa busca histórica: as regras básicas de descendência patriarcal e de nome, a exogamia, a prática de venerar e fazer sacrifícios para os ancestrais e o valor moral da lealdade filial foram regras bem estabelecidas já no fim do período Zhou (século 11 – 256 a.C.).

A palavra chinesa para família é “Jia”, que geralmente significa o grupo familiar básico, os relacionados por sangue, matrimônio, ou adoção, que vivem e manejam suas finanças em conjunto.

Em uma “Jia”, os homens são os familiares mais próximos (isto é, relacionados por sangue). Os “filhos” vivem nas casas de seus pais junto a suas esposas, as quais foram trazidas de fora da família.

Assim que as “filhas” chegam a certa idade, casam-se, isto é, passam a formar parte de outra “Jia”. Elas são membros de sua “Jia” somente enquanto permanecem solteiras. Durante as bodas de casamento, a filha rompe oficialmente os laços com seu patriarcado familiar, e faz votos para servir sua nova família, o que inclui os ancestrais de sua nova família. Os homens são membros permanentes da família na qual nasceram; e se espera que as mulheres, eventualmente, se separem de sua família natal.

Por esta razão, somente quando dão a luz a um filho é que as mulheres tem assegurado um lugar na linha de patriarcado do esposo.

A “Jia” compartilha o espaço de convivência e as finanças.

Um homem, o patriarca (o de mais idade), tem a última palavra de autoridade nos assuntos da família. Na “Jia” ideal, 3, 4 ou 5 gerações viviam sob um mesmo teto.

Os filhos seguiam de forma obediente a ordem de seus pais para escolher uma carreira e uma companheira, e todos os membros da “Jia” trabalhavam com um único propósito: sustentar e aumentar o status e o bem estar da família.

Uma “Jia” de várias gerações pode crescer tanto que pode tornar-se muito complexa.

Para as mulheres e as crianças, especialmente nas famílias ricas e grandes (pertencentes à elite), a “Jia” era o centro e o limite do mundo. Ainda assim, o bem estar, a reputação e o status da “Jia” dependiam, em grande parte, do êxito ou do fracasso dos homens ao atuar fora da “Jia”.