A Índia, reconhecida como um dos doze países de maior diversidade do mundo, enfrenta graves desafios ecológicos.
O tema das celebrações do Dia da Terra deste ano é “A face da mudança climática”. Aqui está um rápido olhar sobre a mudança climática na Índia, que luta para encontrar o equilíbrio entre uma ecologia em transformação e a crescente pressão sobre os recursos naturais.
Mudança nos Himalaias
O Himalaia Oriental na Índia é um dos 25 locais de maior biodiversidade do mundo. A área possui grande riqueza de espécies que são exclusivas desta região.
No entanto, a ecologia da parte superior dos Himalaias enfrenta séria ameaça devido a túneis e desvios de rios da região.
De acordo com um artigo da revista indiana Tehelka, o governo indiano planeja 600 barragens no Rio Ganges e 130 km de túneis.
Ambientalistas temem que túneis muito longos resultem na perda de flora, fauna e solo fértil.
O aquecimento climático global está mudando os Himalaias mais depressa do que qualquer outra região do mundo e suas poderosas geleiras, que alimentam a maioria dos rios indianos, estão derretendo.
De acordo com um estudo intitulado “Os Himalaias em transformação” do Centro Internacional para o Desenvolvimento Integrado das Montanhas (ICIMOD), o aquecimento nos Himalaias tem sido maior do que a média global de 0,74ºC nos últimos cem anos.
O estudo sugere que em muitas áreas tem havido uma maior precipitação média de chuva do que antes. Como resultado, a neve começa a derreter mais cedo e o inverno é mais curto. Isso afeta os regimes fluviais, as fontes de água e os meios de subsistência das pessoas, além de aumentar os desastres naturais.
Litoral indiano ameaçado
A Índia tem uma longa costa dotada de ricos ecossistemas. Os ecossistemas costeiros e marinhos incluem uma variedade de manguezais, recifes de coral, ervas marinhas, estuários, lagoas, etc.
No entanto, segundo um relatório do Banco Mundial, “Protegendo o litoral da Índia”, apesar de sua riqueza ecológica e contribuição para a economia, as zonas costeiras e marinhas do país não têm recebido proteção adequada e estão ameaçadas.
O relatório diz que 34% dos manguezais da Índia foram destruídos entre 1950-2000 – apesar da restauração e conservação substancial que ocorreram nos últimos 10 anos –, quase todas as áreas de corais estão ameaçadas; as reservas de peixes marinhos estão em declínio e várias espécies de peixes ornamentais e pepinos-do-mar estão desaparecendo rapidamente.
O relatório aponta ainda que apenas 9% das águas residuais das cidades costeiras da Índia são tratadas antes de serem despejadas nas águas costeiras, aumentando sua carga química já pesada pelo grande volume de escoamento agrícola que normalmente flui para a costa.
Rios carregam resíduos não tratados
Os rios da Índia têm sustentado a civilização na região desde tempos imemoriais, servindo como suas linhas vitais. No entanto, hoje, eles estão gravemente ameaçados pelo enorme influxo de resíduos e esgoto produzidos pelo país.
Relatos da mídia alertam que 80% dos resíduos do país fluem sem tratamento em seus rios.
Os rios Ganges e Yamuna estão ameaços devido a volumosos despejos; relatórios sugerem que esses rios, alimentados por neve perene originária dos Himalaias, estão sendo degradados tornando-se meras drenagens de esgoto enquanto passam pelas cidades em suas trajetórias.
A morte gradual dos recursos do país ocorre num ritmo chocante, enquanto o ritmo e as medidas de conservação e proteção são relativamente lentos.
O problema se tornou tão grave que a água poluída de vários rios é a maior causa de problemas de pele, deficiência e alta taxa de mortalidade infantil.
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