A bondade e a beleza salvarão o mundo, diz professor

01/07/2013 00:00 Atualizado: 06/08/2013 14:22
Arcady Nebolsin explica como a ecologia cultural é uma nova forma de educar as pessoas
Arkady Nebolsin: Necessitamos de uma nova forma de educar as pessoas (nebolsine.com)
Arkady Nebolsin: Necessitamos de uma nova forma de educar as pessoas (nebolsine.com)

A crise de fé, as condições ambientais da Terra, a perda de vidas humanas, assim como a perda do sentido estético e sacro, estão provocando uma grande preocupação entre os especialistas no campo da filosofia, história da arte, estudos culturais, restaurações e também em pessoas relacionadas a estes temas.

Arcady Nebolsin, um ilustre professor de história da arte, estando em seu departamento em Nova York, explicou em uma entrevista ao Epoch Times, que os valores eternos de “bondade e beleza” são os que podem salvar este mundo submerso em uma moderna doutrina artificial. Para ele,  trata-se  de um aspecto da “ecologia cultural”.

Para Arcady o termo ecologia é utilizado principalmente no que diz respeito a coisas ligadas ao ambiente, certamente, em um aspecto mais amplo inclui a  cultura. Este conceito provém fundamentalmente de “salvar”. “Nós sempre falamos sobre salvar a natureza, salvar o país, salvar este ou aquele palácio”.

“No fim dos anos 60 a humanidade entendeu que a pureza dos mares, a água, o ar, estão ameaçados. Esta sociedade também destruiu obras mestras do ser humano”. E assim, nos anos 70 a palavra ecologia foi agregada à palavra cultural, aponta Arcady.

Para o professor, o conceito de ecologia cultural pode conciliar interesses internacionais e nacionais observados não somente na qualidade do ar, água, rios e mares.

Arcady destacou sobre as influencias no ser humano do atual modernismo e nisto responsabilizou tanto o comunismo como o capitalismo, como  uma forma de aplicar uma “nova ordem mundial”.

“O modernismo quase aniquilou o sentido da vida multicolor, e os mistérios da luz divina na humanidade(…)”.  “Segundo o meu parecer, distribui a tristeza, o vulgar, o falso e o materialismo primitido”.

“O cruel comunismo e o capitalismo desregrado da segunda metade do século XX possuem uma base parecida – a inveja – e este é o pior dos males. A inveja do igualitarismo rechaça e barra com toda força e profundidade, tudo o que é elevado e harmonioso, além de se associar à avareza e luxúria. Cristo prometeu saciar sua fome e sede, porém não coloca todos na mesma medida.  ‘Julgar e dividir’, como ele mesmo disse”, destacou Arcady na entrevista.

“A influência do modernismo se fez evidente na distorção da dimensão espiritual e nos ambientes sociais dos homens e mulheres nos últimos dois ou três séculos, o que levou à feminização da sociedade. Este processo começou com a perda da fé em Deus, com a sensação de que Ele não existe ou já não está presente, e em seguida, a queda da autoridade dos pais; uma autoridade de pai como cabeça da família. E mais, é a morte dos homens, a masculinidade” acrescentou.

O professor resgata o conceito de “ecologia cultural” apresentado pelo desaparecido Likhachev, em que se destaca a luta dos seres humanos pela salvação de cada uma das más formações provocadas pela sociedade.

No que diz respeito aos resultados disto provocados na arte e música, ele acredita que tanto o comunismo como o capitalismo possuem “um mesmo grau de culpa”.

“As pessoas corruptas desestabilizam todo o mundo”. Como resultado ele explica que “na China comunista há uma grande quantidade de contaminação de rios e lagos, e as pessoas estão marchando para a morte devido a  um desastre ecológico”.

Para o professor, “a televisão, Internet, eu diria que é um  culto à feiura. O padrão distorcido de beleza da mulher começou a ganhar muito dinheiro. A moda moderna afeta a verdadeira beleza espiritual e física da mulher, convertendo-a  em uma marionete esquálida delgada que sofre de anorexia”.

Também aponta que “a atitude destrutiva sobre a natureza faz as pessoas cavarem mais fundo em busca de petróleo e gás, e começam a perder as fontes subterrâneas de água”.

Segundo Arcady, juntamente com este problema ecológico cultural, a masculinidade do homem também está se degradando. “A infantilidade dos homens americanos provoca a delinquência, o banditismo e a corrupção. O homem está querendo compensar seu sentido de inferioridade na forma mais cruel.  Como exemplo podemos citar nomes como Lenin, Trotsky, Stalin”.

“Estou desenvolvendo este tema, talvez seja a doença dos comunistas que lutaram contra o capitalismo e desenvolveram esta crueldade”… “Neste ponto precisamos de uma nova forma de educar as pessoas”.

Para o professor Nebolsin, a época do Renascimento serve como  exemplo de que o homem é capaz de criar esta beleza. “Falando em sentido figurado, pode-se comparar a um povo bonito que dá luz à crianças bonitas”.

“Esta beleza é importante para o homem. Em 1989, o fundador de um novo ramo de conhecimento, Vasily Filin expressou o termo “videoecology”, como uma nova ciência a qual reúne a biologia e a arquitetura”.

Segundo a teoria de Filin, “Os modernos edifícios que vemos da janela de nossa casa, arruínam a visão de uma pessoa. Os olhos assim como a nossa psique necessita de uma mudança para ocupar o lugar da monotonia”, disse Arcady. Continua dizendo que ao olhar as árvores “é muito bom para a saúde da pessoa, ao invés de paredes de concreto e vidro”.

Arcady nasceu na Suiça e não na Rússia como muitos acham, porém nunca perdeu os vínculos com a pátria de seus antepassados. “Meu pai, um cientista engenheiro destacado, autor e diretor de projetos de tratamento de água em todo o mundo, deixou uma profunda marca em minha alma”.

O professor disse que as pessoas podem ajudar na salvação deste mundo vendo exemplos  como Solzhenitsin, que  tinha muita influência entre os políticos e conseguiu evitar a contaminação do rio Neva, ou nas palavras de Dostoievski : “a beleza salvará o mundo”.

Epoch Times publica em 35 países em 21 idiomas

Siga-nos no Facebook: https://www.facebook.com/EpochTimesPT

Siga-nos no Twitter: @EpochTimesPT