A Apple está sobrestimada?

06/08/2013 13:49 Atualizado: 06/08/2013 13:49
Um funcionário apresenta um laptop MacBook Pro a uma cliente numa loja da Apple em Paris (Thomas Samson/AFP/Getty Images)

Com a morte do cofundador e ex-CEO Steve Jobs, a Apple Inc. está numa encruzilhada. O frescor e originalidade de seus produtos gradualmente se desvanecem e a empresa enfrenta forte concorrência em todo o mundo.

A inovação tecnológica sempre segue seu curso e parece que a Apple atingiu seu pico em termos de inovação e reputação da marca. Enquanto continua a ser capaz de gerar vendas impressionantes de produtos já existentes, seus produtos se tornaram mais comoditizados e já não são únicos nos seus respectivos segmentos.

A vida de inovação em qualquer empresa tem a duração de alguns anos até pouco mais de uma década, mas o domínio de uma empresa numa economia de mercado real nunca dura mais de 20 anos. A razão por trás disso é realmente muito simples: a próxima geração está sempre um passo à frente da anterior em termos de inovação, porque foi educada (e, assim, tornou-se mais imersa) nas últimas ideias.

Com margens de lucro se aproximando de 40%, a Apple é a exceção num setor em que a concorrência de preços e novas tecnologias normalmente delimitam as margens de lucro a cerca de 10%. Houve apenas um Steve Jobs, então, com sua passagem, a Apple tem que confiar em sua força de trabalho para competir. Muito parecido com a Sony na década de 1990, os concorrentes estão se aproximando e a pressão sobre as margens será enorme.

Tim Cook, CEO da Apple Inc., numa conferência sobre mídia e tecnologia em Idaho, EUA (Kevork Djansezian/Getty Images)

À luz de recentes controvérsias que cercam a Apple – as questões fiscais no estrangeiro, a precificação de e-books, as condições de trabalho difíceis de subcontratados na China – a lealdade atual à marca será testada. Uma enorme parcela de seus lucros vêm de seus negócios de iPhone e com seus concorrentes (como a Samsung) melhorando em termos de qualidade e facilidade de uso, uma guerra de preços ocorrerá inevitavelmente. A Apple já está planejando uma versão mais barata e básica do seu iPhone para competir melhor em preços, especialmente nos mercados emergentes.

As margens atuais da Apple são insustentáveis. Nos próximos dois anos, a fim de manter suas receitas nos níveis atuais, a empresa terá de aumentar os volumes de vendas, enquanto provavelmente cortará as margens de lucro abaixo de 20%. Isso resultaria num lucro por ação em torno de 20 dólares, com riscos de queda ainda maiores.

Seu enorme estoque de dinheiro na mão amortecerá a queda no preço de suas ações, mas um risco é o grande número de ações adicionais emitidas para empregados e administradores. Nos últimos 10 anos, as ações em circulação aumentaram em mais de 200 milhões e mais ações estão chegando ao mercado. Depois de pagar os impostos sobre seu tesouro em dinheiro no exterior, a Apple provavelmente precisará usar uma porção de seu caixa para recomprar ações.

Nos próximos dois anos, o potencial de valorização das ações da Apple pode ficar entre 500 e 600 dólares, com uma desvantagem de 300 dólares ou menos.

Há sempre uma chance de que a Apple lançará um novo produto inovador a tempo (iTV, iWatch e assim por diante), mas não há garantia de que isso será um sucesso. O fato é que os números estão cada vez mais contra a Apple.

Nossa recomendação é evitar a Apple até que a batalha da comoditização do smartphone esteja definida.

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