Dentre os estados brasileiros com maior potencial de mercado, destacam-se Tocantins e Goiás, segundo o Ranking de Competitividade dos Estados de 2024. Publicada na quarta-feira (21), a pesquisa foi realizada pelo Centro de Liderança Pública (CLP), numa parceria com Seall e Tendências Consultoria.
Foram avaliados dez eixos temáticos para classificar os estados, tanto em termos gerais quanto regionais. O “potencial de mercado” é um dos principais critérios analisados, medindo a capacidade de expansão e desenvolvimento a longo prazo.
Este pilar considera o tamanho do Produto Interno Bruto (PIB), o crescimento econômico recente e a evolução da força de trabalho prevista para os próximos dez anos. Além disso, são levados em conta os seguintes indicadores de mercado: comprometimento de renda, qualidade e volume de crédito e índices de inadimplência.
O estudo revelou que o potencial de mercado teve um impacto significativo na colocação de Goiás e Tocantins no ranking. Para Tadeu Barros, diretor-presidente do CLP, o setor agrícola foi crucial para o avanço desses estados.
De acordo com Barros, Goiás exemplifica claramente como o agronegócio é uma das grandes potencialidades do Brasil, mostrando um crescimento notável. Enquanto isso, Tocantins compartilha histórico agrícola com o Centro-Oeste, apesar de estar no Norte, o que se reflete no potencial de mercado.
Secretário estadual de Indústria, Comércio e Serviços de Goiás, Joel de Sant’Anna Braga Filho observa que, embora o agronegócio seja o setor mais visível, a industrialização também desempenha um papel vital no crescimento do estado. Para ele, a industrialização em Goiás sustenta a economia quando o setor agropecuário enfrenta dificuldades.
Especialistas indicam que fundos estaduais, como o Fundo Estadual de Infraestrutura de Goiás, também contribuem para a melhoria da infraestrutura através dos impostos pagos pelo agronegócio.
Marcelo Guaritá, membro do Comitê de Leis e Regulamentos da Sociedade Rural Brasileira (SRB), explicou que este fundo é essencial para melhorar a logística agropecuária e é alimentado por contribuições que variam de acordo com o tipo de produto, podendo chegar até 1,65% em casos de soja e minérios.
O estudo sugere que o tamanho da economia de um estado afeta a decisão de investimentos, favorecendo estados com economias mais dinâmicas. Assim, são geradas oportunidades de investimento e ciclo de desenvolvimento econômico contínuo. A população em idade de trabalho e os indicadores de crédito fomentam o crescimento de longo prazo.
Apesar de Goiás e Tocantins liderarem o ranking, o pilar “tamanho de mercado” é moderado para evitar vantagem excessiva de estados maiores como São Paulo. Assim, estados menores, como Roraima, podem ter boas colocações em alguns pilares, mesmo que não estejam bem classificados no geral.