O agronegócio brasileiro fechou o primeiro semestre de 2024 com superávit de US$ 71,96 bilhões, uma queda de 2,7% em relação ao ano anterior, segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea). As exportações somaram US$ 81,40 bilhões, recuo de 1%, enquanto as importações cresceram 14,4%, atingindo US$ 9,44 bilhões.
O saldo da balança comercial geral do Brasil, incluindo todos os setores, também foi superavitário, com US$ 42,31 bilhões no período, uma diminuição de US$ 2,31 bilhões em relação a 2023.
O agronegócio respondeu por 48,6% das exportações totais do Brasil no primeiro semestre, mantendo-se como um dos principais motores do saldo comercial. No entanto, sua participação caiu em relação aos 49,75% registrados no mesmo período de 2023.
Já as importações do setor representaram 7,5% do total importado pelo Brasil, um aumento de 0,69% em relação a 2023.
Açúcar e algodão impulsionam exportações
Açúcar e algodão lideraram as exportações do agronegócio. O valor exportado de açúcar chegou a US$ 8,66 bilhões, alta de 62,7% em relação a 2023, com aumento de 49,1% no volume embarcado. O crescimento reflete a recuperação do setor, impulsionado pela maior demanda internacional.
O algodão também se destacou, com exportações de US$ 2,69 bilhões, um crescimento de 236,3% em relação ao ano anterior. O volume exportado subiu 227,5%, totalizando 1,4 milhão de toneladas, impulsionado pelo aumento da produção e da demanda global.
Queda no complexo soja
Já a soja, que historicamente é o produto mais importante das exportações agrícolas brasileiras, apresentou uma queda de 16,4% no valor exportado em relação ao mesmo período de 2023, chegando a US$ 27,91 bilhões.
Embora o volume embarcado tenha aumentado 2,2%, mostrando o aumento da produção, a queda no preço médio de exportação resultou nessa redução de receita.
O farelo de soja também sofreu uma queda de 12,5% no valor exportado, mesmo com um aumento de 6,5% no volume.
A maior redução, no entanto, foi observada no óleo de soja, cujo valor exportado caiu 62,1%. A queda foi impulsionada pela redução de 55,7% no volume embarcado e pela desvalorização de 14,6% no preço médio.
Importações em alta
Nas importações, trigo e arroz lideraram os aumentos. A importação de trigo cresceu 62,4% em volume, alcançando 3,37 milhões de toneladas, com aumento de 15,6% no valor. O preço médio da tonelada caiu 28,8%, ajudando a equilibrar os custos.
O arroz registrou um aumento de 162,5% no volume importado, com 665,44 mil toneladas adquiridas. O valor das importações mais que dobrou, subindo 115,4% e alcançando US$ 261,74 milhões.
Os produtos hortícolas atingiram a marca de 715,82 mil toneladas nos primeiros seis meses de 2024, o que representa uma alta de 41,2% ante o primeiro semestre de 2023.