Empresas e cooperativas do agronegócio brasileiro que empregam com responsabilidade social, têm foco na sustentabilidade ambiental e adotam práticas éticas, como o combate ao suborno e à corrupção, foram reconhecidas pelas boas práticas e receberam, nesta terça-feira (14), em Brasília, o Selo Mais Integridade 2022/2023.
O selo é uma iniciativa do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Nesta quinta edição, 27 empresas do setor agropecuário receberam o prêmio, das quais 11 receberam a certificação pela primeira vez, com o Selo Mais Verde. Outras 16 entidades renovaram o certificado, conquistando o Selo Amarelo.
As melhores empresas e cooperativas foram escolhidas pelo Comitê do Selo Mais Integridade, composto por instituições privadas e públicas, que analisaram os relatórios inscritos no processo de seleção, em 2022.
A Alliance for Integrity no Brasil, que tem o objetivo de incentivar a transparência e a integridade no sistema econômico, compõe o comitê avaliador. A representante da instituição, Alice Guimarães, disse que “nos últimos anos, diversos estudos demonstram que, para modificar o comportamento, é necessário desenvolver incentivos e não somente sanções. Programas como esse, que dão reconhecimento a empresas que têm boas práticas de integridade, são complemento essencial a um sistema que quer promover mudanças efetivas na sociedade.”
Durante a cerimônia, também foram entregues duas menções honrosas a associações que representam as instituições mais premiadas. O presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, destaca que a premiação do setor beneficia muito além da cadeia do agro. “O Selo Integridade vem mostrar, vem dar oportunidade às nossas empresas. Não são somente o governo. É o consumidor, é a dona de casa, quando vai fazer a sua escolha na prateleira do supermercado. É quem está levando para casa aquele produto é quem faz essa avaliação do perfil de quem está fornecendo o alimento. Então, é esse cara que paga a conta que vai cobrar cada vez mais integridade, mais transparência”, disse.
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, que também compõe o comitê do Selo Mais Integridade, trabalha para ajudar o agronegócio a exportar e também a colocar as empresas do setor na linha dos investimentos estrangeiros. O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, avalia a responsabilidade dos ganhadores da certificação. “Quando uma empresa assume compromissos em um programa como esse, ela só tem que dar passos à frente, só tem que melhorar. Porque a empresa que, hoje, está sendo agraciada, se amanhã foi descoberto algo que afete sua integridade, ela vai perder o que conquistou hoje. Isso é bom, porque uma empresa é composta por negócios, por atividades comerciais, empresariais, mas ela é liderada por seres humanos. E quando a gente estabelece um regramento, isso nos ajuda a ficarmos melhor. É isso que eu espero que aconteça com essas empresas que ganharam esse certificado, esse selo. Vão ficar melhor, não vão dar um passo para trás”, disse.
Na categoria responsabilidade social, a empresa Baldoni Produtos Naturais, indústria produtora de mel, com sede em Campinas (SP), levou o Selo Mais Integridade. O projeto vencedor, em parceria com o Instituto Anjos do Sertão, distribui 100 colmeias a cada uma das 150 famílias selecionadas no município do Canto do Buriti (PI), com o objetivo de incentivar o empreendedorismo social, na zona rural, por meio do aprendizado de uma nova profissão, a de apicultor.
O representante da empresa ganhadora do selo pela 4ª vez, Daniel Cavalcanti, acrescenta que, além do ganho social, há foco na geração de renda, com a comercialização do mel, sem esquecer da preservação do meio ambiente e sua diversidade. “São em torno de 15 mil colmeias distribuídas para todas as famílias, para que gerem agentes polinizadores [as abelhas] para otimizar e melhorar todo o bioma da Caatinga e, dessa forma, fomentem a regeneração da flora e a manutenção da fauna local.”
O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Pedro Lupion (PP-PR), projetou que produção do agro pode triplicar nos próximos anos, sem deixar de observar as leis de preservação ambiental. “O Código Florestal é a lei mais avançada do mundo, na questão ambiental. Nós estamos no momento importante do Cadastro Ambiental Rural. E, principalmente, nós temos o produtor lá na ponta, que está preservando, que está preocupado com a sua água, com a qualidade do seu solo, com o clima e em manter as áreas de manejo, de preservação permanente, a mata ciliar para fazer com que a gente tenha produtos de qualidade lá fora”.
O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Irajá Lacerda, avalia que o reconhecimento da integridade de empresas do setor, é uma prioridade do governo federal”. A administração pública avançou muito, nesses últimos anos, e o Ministério da Agricultura teve um destaque especial com atividades e agenda intensa, no tema integridade.”
O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius de Carvalho, presente à cerimônia de entrega dos selos, acredita que a certificação anual contribui para melhorar a imagem dos produtos brasileiros internamente e no exterior e demonstrar mais segurança jurídica, em negociações comerciais. “A nossa ideia é dialogar com a sociedade, com o mercado, para que possamos dar esse passo em direção à uma atividade empresarial cada vez mais integrada, cada vez mais ética. Capaz de oferecer à sociedade brasileira uma atuação no mercado que seja motivo de orgulho para todos os brasileiros, seja aqui no Brasil, seja para os consumidores dos produtos brasileiros fora do país também.”
A lista das empresas e cooperativas do agronegócio e os projetos os premiados, anunciados em dezembro/2022, pode ser consultada no site do Mapa.
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