Em 2025, o Reino Unido concederá 45 mil vistos de trabalho sazonal para estrangeiros, sendo 2 mil destinados ao setor aviário e o restante à horticultura (que inclui a produção de frutas, cogumelos e vegetais). O anúncio foi feito pelo ministro britânico da Segurança Alimentar e Assuntos Rurais, Daniel Zeichner.
A decisão vem em resposta a preocupações sobre a segurança alimentar no país. Os trabalhadores estrangeiros poderão permanecer por seis meses para ocupar exclusivamente funções na criação de aves e nas lavouras.
“Este governo reconhece que segurança alimentar é segurança nacional, e isso só pode ser alcançado apoiando as empresas de alimentos e agricultura”, disse Zeichner, “Confirmar a alocação de vistos para trabalhadores sazonais em 2025 dá aos agricultores e produtores segurança, permitindo que planejem com antecedência e garantam a mão de obra necessária para crescer e prosperar.”
O visto de trabalho sazonal foi implementado pelo governo conservador após o Brexit – a saída do Reino Unido da União Europeia. Inicialmente, era uma medida temporária, mas o programa acabou sendo estendido várias vezes desde então.
Antes do Brexit, os agricultores e produtores britânicos de alimentos contavam com um fluxo constante de trabalhadores de outras regiões da Europa.
As exigências
Para obter o visto, o candidato deve ter mais de 18 anos e já ter uma proposta de trabalho no Reino Unido, comprovada pelo Certificate of Sponsorship (Certificado de Patrocínio, em tradução livre para o português).
O trabalho em atividades que não estejam nos setores definidos do agro não é autorizado, e o visto não se estende aos familiares.
É necessário também que o empregador comprove, por meio de documento, que arcará com as despesas do trabalhador ou que possua pelo menos a quantia suficiente para viver por um mês no Reino Unido, £1.270.
O principal comitê consultivo do Reino Unido sobre questões de migração recomendou que o governo implemente estruturas mais abrangentes de proteção e transparência no programa, a fim de proteger os trabalhadores estrangeiros contra a exploração e garantir que os empregadores sejam responsabilizados.
Segundo o relatório de 2023, mais de 90% dos trabalhadores estrangeiros relataram ter vivido uma experiência positiva.