O balanço comercial do agro em agosto de 2024 registrou queda nas exportações e alta nas importações, refletindo as oscilações do mercado global e mudanças nos principais parceiros comerciais do Brasil. As exportações brasileiras somaram US$ 29,08 bilhões, uma queda de 6,5% em relação ao mesmo mês de 2023.
A agropecuária foi o setor mais afetado, com um recuo expressivo de -19,1%, somando US$ 6,18 bilhões. Esse desempenho foi puxado, principalmente, pela redução nas vendas de produtos-chave, como milho, soja e arroz. O milho teve uma queda drástica de -47%, e a soja caiu -16,4%.
A indústria extrativa teve retração de 8,1%, totalizando US$ 6,61 bilhões em exportações. Em contrapartida, a indústria de transformação registrou leve crescimento de 0,6%, alcançando US$ 16,14 bilhões.
Desempenho com parceiros comerciais
Entre os principais parceiros comerciais do Brasil, houve variações significativas. A China, Hong Kong e Macau, maiores importadores de produtos brasileiros, reduziram suas compras em 19,4%, totalizando US$ 7,62 bilhões. A Argentina, um parceiro tradicional na América do Sul, também diminuiu suas importações em 17,2%, somando US$ 1,18 bilhões.
Por outro lado, os Estados Unidos e a União Europeia tiveram desempenho positivo. As exportações para os EUA cresceram 1,7%, somando US$ 3,41 bilhões, e para a União Europeia aumentaram 7,3%, totalizando US$ 4,51 bilhões.
Crescimento nas importações
Enquanto as exportações caíram, as importações brasileiras em agosto de 2024 aumentaram 13%, totalizando US$ 24,25 bilhões. Esse crescimento foi impulsionado pela alta de 12,5% nas compras da indústria de transformação, que alcançaram US$ 22,27 bilhões.
A agropecuária registrou um aumento expressivo nas importações, com crescimento de 18,7%, totalizando US$ 0,44 bilhões. A indústria extrativa também teve um salto de 21,6%, somando US$ 1,40 bilhões em importações.
Entre os parceiros comerciais, China, Hong Kong e Macau se destacaram com um aumento de 15,8% nas exportações para o Brasil, totalizando US$ 5,89 bilhões. As compras dos Estados Unidos cresceram 18,8%, somando US$ 3,82 bilhões. A União Europeia, por sua vez, ampliou suas vendas em 12,5%, alcançando US$ 4,41 bilhões.
As importações de janeiro a agosto de 2024 tiveram alta de 6,6%, totalizando US$ 172,92 bilhões. A agropecuária liderou o aumento percentual, com crescimento de 26,5%, somando US$ 3,83 bilhões. Em contraste, a indústria extrativa teve uma leve retração de 0,6%, totalizando US$ 11,21 bilhões em compras.
O mercado chinês, um dos principais fornecedores do Brasil, registrou aumento de 17% nas exportações para o país, somando US$ 41,24 bilhões. As compras dos Estados Unidos também cresceram 2,6%, totalizando US$ 26,89 bilhões.
Balanço do ano: Exportações acumulam alta
De janeiro a agosto de 2024, as exportações brasileiras somaram US$ 227 bilhões, um crescimento de 1,1% em relação ao mesmo período de 2023. A indústria extrativa teve alta de 15,5%, totalizando US$ 56,15 bilhões, impulsionada por petróleo e minério de ferro.
A indústria de transformação manteve-se praticamente estável, com uma leve queda de 0,2%, totalizando US$ 117,04 bilhões.
Em contrapartida, o setor agropecuário teve retração de 7,9%, exportando US$ 52,76 bilhões.
Os principais parceiros comerciais no acumulado do ano refletiram essas variações. As exportações para os Estados Unidos cresceram 10,9%, somando US$ 26,18 bilhões, enquanto para China, Hong Kong e Macau houve alta de 2,1%, totalizando US$ 70,33 bilhões. Em contrapartida, as vendas para a Argentina caíram expressivamente, com redução de 34,1%, totalizando US$ 8,22 bilhões.