A produção brasileira de grãos na safra 2023/24 caiu 21,2 milhões de toneladas, totalizando 298,6 milhões de toneladas. A redução, causada principalmente por adversidades climáticas, já impacta as exportações de soja e milho, dois produtos-chave do agronegócio nacional.
O 11º Levantamento da Safra de Grãos, divulgado pela Conab na quinta-feira (22), aponta que a queda na produção foi fortemente influenciada por fatores climáticos adversos, que afetaram as lavouras desde o plantio até a reprodução. Estados como Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul, líderes na produção agrícola, foram duramente impactados.
Mato Grosso, maior produtor de grãos do Brasil, registrou 92,8 milhões de toneladas, seguido pelo Paraná com 38,4 milhões e o Rio Grande do Sul com 37,1 milhões. A produtividade das lavouras ficou abaixo do esperado, com a soja registrando 147,34 milhões de toneladas, uma queda de 4,7% ou 7,27 milhões de toneladas em relação à safra anterior.
Exportações de soja e milho
Essa redução na produção já afeta as exportações de soja e milho. Em julho de 2024, as exportações de soja caíram para 11,25 milhões de toneladas, uma queda de 19,3% em relação ao mês anterior, quando foram exportadas 13,95 milhões de toneladas.
Apesar da queda no volume exportado, o mercado de soja mostrou sinais de recuperação devido à valorização do dólar, que torna o produto brasileiro mais competitivo. A crescente demanda por óleo de soja, tanto para uso industrial quanto para biocombustíveis, mantém o Brasil como um dos principais exportadores globais do grão.
No caso do milho, as exportações em julho de 2024 atingiram 3,55 milhões de toneladas, um aumento significativo em relação às 850 mil toneladas exportadas no mês anterior.
Entretanto, os preços internacionais do milho caíram, pressionados pelas excelentes condições da safra nos Estados Unidos, que aumentaram a oferta global. Além disso, a estiagem no Leste Europeu, desafios climáticos na Ucrânia e Rússia, e as revisões negativas da safra chinesa trazem incerteza ao mercado de milho.
No Brasil, apesar da lenta recuperação da produção e exportação de milho, os preços internos continuam a subir. A alta do dólar e os prêmios de exportação criam oportunidades para os produtores brasileiros, que podem ver uma demanda crescente no mercado internacional ao longo do segundo semestre de 2024.