Preços da carne e ovos disparam em outubro 

Alta de até 7,7% é impulsionada por fatores climáticos, exportações crescentes e redução no número de abates.

Por Redação Epoch Times Brasil
02/12/2024 14:41 Atualizado: 02/12/2024 14:41

Os preços de alimentos básicos como carne e ovos registraram altas significativas em outubro de 2024. De acordo com um levantamento da empresa de tecnologia de suprimentos Neogrid, o preço dos ovos subiu 7,7% no mês, passando de R$ 0,77 em setembro para R$ 0,83 em outubro.

O preço da carne bovina teve um acréscimo de 5,6%, alcançando R$ 35,24 o quilo em média. A carne suína também registrou aumento, com um salto de 5,3%, elevando o preço para R$ 17,49 por quilo.

A disparada nos preços tem suas causas atribuídas a um conjunto de fatores, incluindo condições climáticas adversas, uma maior demanda de exportação e a menor disponibilidade de animais prontos para o abate.

As condições climáticas, como secas prolongadas e queimadas, afetaram as pastagens em diversas regiões do país, dificultando o manejo e aumentando os custos de produção.

Isso teve impacto direto no preço final da carne bovina e suína, que depende em grande parte da qualidade das pastagens para a criação dos animais.

Outro fator relevante para a alta dos preços é a crescente demanda por carne brasileira no mercado internacional.

Em outubro, as exportações para a China e o Chile apresentaram um aumento substancial, reduzindo a oferta de carne no mercado interno e pressionando os preços para cima.

De acordo com especialistas do setor, a valorização do produto no exterior vem contribuindo para uma competição interna por suprimentos, elevando os custos aos consumidores brasileiros.

A diminuição no número de abates também é apontada como uma das principais razões para a alta dos preços. Com menos animais prontos para o abate, a oferta foi insuficiente para atender a demanda interna, aumentando a pressão inflacionária sobre a carne.

Conforme reportado ainda em setembro pelo Epoch Times Brasil, a tendência de alta nos preços da carne deve se manter constante por um longo período. Na época, Rafael Ribeiro, assessor técnico da Comissão Nacional de Pecuária de Corte da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), destacou que a recuperação da produção não deve ocorrer de forma rápida, já que as condições para aumento no abate e melhoria nas pastagens dependem de fatores que fogem ao controle imediato dos produtores.