O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou na quarta-feira (3) o novo Plano Safra, voltado à produção agrícola de 2024/2025. O valor será recorde: acima de R$ 475,5 bilhões, conforme anunciado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Assim como na última safra, o plano será dividido em dois. O primeiro, elaborado pelo Mapa, financia a agricultura empresarial. Já o segundo abriga os produtores familiares, e é elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário:
– Plano Safra empresarial: R$ 400,6 bilhões de crédito, sendo R$ 293,9 bilhões para custeio e comercialização e R$ 106,7 direcionado a investimentos.
– Plano Safra da agricultura familiar: R$ 76 bilhões em crédito.
Ocorreram dois eventos no Palácio do Planalto para lançar os pacotes: às 11h, quando Lula anunciou o valor à agricultura familiar, e às 15h, ao plano empresarial. Será o maior montante da história, superando o recorde anterior de R$ 445,8 bilhões na última safra.
O pacote seria lançado na última quarta-feira (26), mas foi adiado por divergências quanto ao valor. O tamanho do novo plano tenta ser um aceno aos ruralistas, setor que não é tão simpático à Lula e apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no governo anterior. O agronegócio almejava cifra superior, maior do que R$ 500 bilhões, mas não será alcançado.
O Plano Safra é um programa do governo federal que oferece incentivos e linhas de crédito para financiar o setor agropecuário. A verba é emprestada por bancos públicos que recebem o retorno dos valores, após o lucro do agro. As taxas de juros para o setor são menores e essa diferença é custeada pelo governo.
Em 2024/2025, o custo da equalização de juros ultrapassará R$ 16 bilhões – um aumento de 23%. Essa é a fatia dos juros que será subsidiada, ou seja, custeada pela população através do governo. O crédito para o setor, portanto, será mais barato.
À agricultura empresarial, o Tesouro Nacional investirá R$ 6,3 bilhões em abatimento de juros, se comparados aos R$ 5,1 bilhões da safra atual. Já a familiar contará com R$ 10,7 bilhões destinados pelo governo para equalização dos juros, enquanto atualmente são abatidos R$ 8,5 bilhões.